Resumo: Uma coleção de entrevistas com jornalistas evidenciou um processo de autonomização na prática jornalística. Durante o jogo de perguntas e respostas, para surpreendê-los em suas ilusões sobre si e o jornalismo, construímos um aparelho teórico-metodológico que acionou as noções de consciência discursiva e os procedimentos de controle que afetam a prática (MAROCCO, 212a). Na análise enunciativa dos dados, que deu origem ao presente texto, localizamos no bojo de quatro figuras discursivas a tensão entre procedimentos de controle e resistência na prática jornalística.Palavras-chave: controles discursivos; prática jornalística; entrevista; consciência discursiva.Abstract: Control procedures and the resistance in the journalistic practice -A collection of interviews with journalists has put in evidence a process of autonomization in the journalistic practice. During the asking and answering game, in order to catch them in their illusions about themselves and the journalism, we have constructed a theoretical-methodological device that triggered the notions of discursive consciousness and of control procedures that affect the professional practice (MAROCCO, 212a). In the enunciative analysis of data, which gave birth to the present text, we have detected in the core of four discursive figures the tension between control procedures and the resistance in the journalistic practice.Keywords: discursive controls; journalistic practice; interview; discursive consciousness. Práticas e controles discursivosPráticas discursivas são constituídas por um corpo de regras anônimas e históricas, determinadas no tempo e no espaço. Qualquer ação pode ser considerada como prática discursiva. Essas regras delimitam o dizível: o que é permitido e o que é proibido nas ações dos membros de uma formação discursiva. Em outras palavras, os sujeitos devem 1 Versão ampliada e revista do texto apresentado no XII SBPJor, Santa Cruz do Sul, 2014.
O obituário tratado como o lugar de tensão dos critérios de noticiabilidade jornalística, que segue a “pauta de deus”. Acontecimentos impróprios e sem valor-notícia recebem uma sobrevida discursiva, em dois tipos de obituário, localizados na imprensa brasileira. Identificando-se com o “obituário perfil”, a Folha de S. Paulo se aproxima da vertente de produção anglo-saxã. Em Zero Hora, não há trabalho de apuração jornalística. Este texto, mais concretamente, está dedicado ao segundo tipo de obituário do qual nos aproximaremos das práticas jornalísticas com base na leitura diária dos materiais publicados por ZH durante dois períodos alternados, de 10/1/2011 a 16/1/2011, de 06/7/2011 a 8/7/2011; neste último período, entrevistamos o obituarista, acompanhamos o processo de produção da edição do dia 7/7/2011 e como este foi influenciado pela rotina da véspera e como isso repercutiu nas colunas publicadas nos dias seguintes.
Este texto pretende esboçar um percurso teórico-metodológico para a compreensão da reincidência de um acontecimento arcano na reportagem “Cartão-postal do abandono”, publicada em Zero Hora na edição de 10 e 11/12/2016. O projeto do governo brasileiro de repressão à ociosidade e às profissões desonestas, localizado pela autora em trabalho anterior, ocupa uma zona de sombra no conjunto de informações operadas pelo repórter de ZH. Em diferentes condições históricas de possibilidade, na virada do século XIX, a imprensa incluiu os indivíduos que desafiavam a ordem e o progresso nas cidades, para excluí-los da sociedade. Na atualidade, o repórter tece uma polifonia de vozes que produziram os mesmos sentidos de exclusão social, desta vez, incluindo outros personagens. Esta análise enunciativa de uma heterogeneidade de discursos lança luz sobre as relações de poder que estão em jogo na produção de relatos jornalísticos, ao longo da história.
This text intends to elaborate a theoretical path for the constitution of the figure of the ‘new intellectual’, proposed by Gianni Vattimo, with his association with the actions of three reporters. Eliane Brum, Alexandra Lucas Coelho and Adriana Mabilia adopted, inside and outside the media, another mode of journalistic objectification; positioning themselves as critiques of journalistic practices, as opposed to the ‘intellectual journalists’ identified by Bourdieu. They provide evidence of this figure in the production of the ‘reporter's book’, where they analyze their field, questioning the principles and giving evidences that with this action they undertake a movement of individualization deviating from the collective authority prevailing in the disciplinary regime of journalism and expressing a desire not to conform to the norms and political will of others.
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