Este artigo apresenta os resultados da análise de 2.284 obituários publicados na Folha de S. Paulo, entre os anos de 2007 a 2012, com o objetivo de reconhecer as características de estilo, tema e composição do gênero, considerando o enquadramento deste enunciado nas categorias jornalísticas defendidas por Costa (2010) e Marques de Mello (2010), sob as perspectivas discursivas de Bakhtin (2011) e de Maingueneau (2013). Para tanto, demonstra os resultados obtidos em dois procedimentos metodológicos que visam a elencar, quantitativa e qualitativamente, a estabilização dos elementos da composição, da temática e do estilo deste gênero discursivo e a sua relação com o jornalismo literário. Na investigação, aponta-se que o obituário brasileiro apresenta elementos que permitem comprovar a hipótese de que este enunciado enquadra-se como um gênero jornalístico informativo e utilitário, utilizando-se do diversional como recurso estilístico para amenizar o peso da morte, buscando uma forma de celebração da vida.