Resumo Este artigo, elaborado a partir das experiências de três docentes negras, lança um olhar para os processos envolvendo a implementação de políticas afirmativas voltadas para estudantes indígenas. Construímos um percurso que nos leva a refletir desde o Processo Seletivo Especial Indígena, da Universidade Federal do Oeste do Pará, em que duas de nós estivemos diretamente envolvidas, até um debate sobre os reflexos em sala de aula da presença de estudantes vindos das comunidades do oeste do estado do Pará, onde se localiza a Ufopa. Traçamos um panorama analítico sobre os impactos da política de cotas nas vidas de estudantes indígenas e de suas comunidades, bem como nas dinâmicas das universidades desde onde enunciamos, e nas nossas relações, enquanto docentes negras, em sala de aula e na luta política antirracista que se faz dentro da universidade.
Não à toa esses agradecimentos me levam de Santarém à Brasília. Nessa nova cidade, diferente de tudo aquilo que já tinha visto, eu tinha tudo para sentir o peso de estar longe daquela que sempre foi a minha casa. O peso de fato veio, mas eu não precisei carregá-lo sozinha. Brasília soube me ser acolhedora e afetuosa nos laços que estabeleci e nas pessoas que eu recebi como um presente da vida, que cuidaram de mim e de quem eu cuidei também. Sempre que me perguntavam eu dizia, Brasília é boa, porque eu fiz amigos maravilhosos. Felipe Tuxá, meu colega de república e amigo, dividiu comigo a casa, as incertezas, os cansaços, os estranhamentos e um crescimento intelectual que me enche de gratidão, o melhor presente que essa cidade me trouxe. Jurema Machado e Andressa Morais foram e são mais que amigas, são como mães, são parceiras e que diariamente constroem comigo laços de respeito mutuo, incentivo, afeto e cuidado. A elas e ele eu agradeço por tudo o que representaram nesses dois anos. Muitos mais virão, por isso, obrigada, minhas amigas e amigo. Agradeço também a
BEATRIZ MARTINS MOURAEste trabalho aborda a discussão acerca dos sentidos sociais do dinheiro a partir de pesquisa desenvolvida durante a graduação. Os argumentos apresentados são decorrentes de questões que surgiram ao longo da pesquisa na loja de artigos afro-religiosos [1] Oke Arô [2] na cidade de Santarém, Pará. Trata-se da reflexão a partir das ações das pes-
Em 2012, no âmbito do projeto de Pesquisa e Extensão Mapeamento das Casas e Terreiros de Religiões de Matriz Afro-brasileira na Cidade de Santarém/Pará, reunimos um grupo de 20 estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), alguns professores, e Afro-religiosos, no terreiro de Mina Santa Bárbara, espaço sagrado mantido por Pai Edvanei de Oyá. Durante dois dias estivemos aprendendo cânticos e toques presentes no repertório Afro-religioso de Terreiros, que são parte constitutiva da paisagem sonora, arquitetônica, Afro-diaspórica e histórica de Santarém. Este momento de fusão Terreiro-Academia foi a ponta de lança para uma série ininterrupta de ações, diálogos, afetos, ajuda e solidariedade que ainda nos une. A primeira parte deste artigo persegue uma questão colocada por Gomes (2010) sobre o que está colocado para o intelectual negro politicamente posicionado que atua nos espaços acadêmicos. Seguindo a proposta inaugurada com a Oficina de Toques e Cantigas do Repertório dos Terreiros, em 2016 realizamos, dentro da UFOPA, o minicurso Antropologia Feminista Negra: Experiência Vivida, Ativismo Político, Interseccionalidade e Sexualidades, no qual tivemos a honra de assistir uma aula ministrada pela Iyalorixá Ozanélia Santos. Ali, além de partilhar nossas experiências enquanto mulheres negras, indígenas, quilombolas, afro-religiosas, educadoras, estudantes, partilhamos do axé, da escuta e do diálogo com a Iyalorixá. Nas próximas páginas vamos discutir alguns aspectos do desafio de ensinar e aprender a partir de epistemologias que nos autorizam falar, que nos fazem visíveis, nos mantêm seguros, e nos permitem ter prazer fazendo o que gostamos e escolhemos fazer. Estas são as epistemologias dos Terreiros, ou os modos de saber e de viver Negro-brasileiro.
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