Introdução: Alterações hematológicas, bioquímicas e imunológicas podem estar presentes no paciente infectado pelo HIV, no momento do diagnóstico, antes ou depois de iniciar com os antirretrovirais. Objetivo: Analisar o perfil bioquímico, hematológico e imunológico de pacientes com diagnóstico recente para HIV. Método: O estudo avaliou 321 prontuários de pacientes recém diagnosticados com a infecção pelo HIV. A coleta de dados envolveu informações sociodemográficas (data de nascimento, idade, sexo, escolaridade, estado civil, vínculo empregatício e procedência), clínicas (data do diagnóstico para a infecção pelo HIV, situação de imunodeficiência e tipo de exposição), bioquímicas (glicose, triglicerídeos, colesterol total e frações), hematológicas (hemoglobina e plaqueta) e imunológicas (linfócitos T CD4+ e carga viral). Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, adotando-se p<0,05. Resultados: Notou-se predominância do sexo masculino (67%), faixa etária de 18-27 anos (39,9%), solteiros (58,6%) e com 32% dos pacientes apresentando Aids. Das variáveis analisadas, o sexo masculino apresentou, em relação às mulheres, maior quantidade de hemoglobina e menores valores para contagem de linfócitos T CD4+, glicose e colesterol total (p<0,05). Além disso, ressalta-se que 69% da amostra apresentou alguma alteração lipídica, 96% tinha carga viral detectável e 29% apresentou linfócitos T CD4+ <200 cel/mm3. Conclusão: Pessoas vivendo com o HIV, no momento do diagnóstico, podem apresentar alterações imunológicas, hematológicas e bioquímicas, tornando imprescindível a avaliação, acompanhamento e orientação multiprofissional, tanto antes como posterior introdução dos antirretrovirais, a fim de evitar futuros agravos a saúde.
The evolution of antiretroviral therapy having improved the life expectancy of people infected with human immunodeficiency virus (HIV). On the other hand, the collaterals drugs effects have increased the development of metabolic syndrome (MS) and the cardiovascular disease risk (CDR), enhance the mortality in that population. Therefore, the aim of this study was to analyze MS and CDR in people living with HIV (PLHIV), as well as their relationship with the clinical and sociodemographic profile. The study evaluated 52 medical records of patients newly diagnosed with HIV infection. Sociodemographic, clinical information and data for the evaluation of the MS and CDR information were collected. In the results the prevalence of male patients (69.2%), single (67.3%), with employment link (73.1%) was observed. Regarding clinical variables, patients who had not started antiretroviral therapy prevailed (84.6%), with CD4+ T lymphocytes >200 cells/mm³ (67.3%), with detectable viral load (82.7%), in addition to 38.5% already having Aids. Low CDR was more frequent (92.3%), as well as 11.5% had MS, having a positive relationship with high abdominal circumference (p=0.001). Furthermore, low HDL-c low was recognized as the most changed factor (42.4%) and patients with up to a factor for MS evaluation predominated (63.5%). The data allow us to conclude that the PLHIV evaluated in the present study have a low CDR and considerable presence of MS, however, an association between MS and abdominal obesity was observed, with low HDL-c values being the main altered factor among the patients. Keywords: Acquired Immunodeficiency Syndrome. Heart Disease Risk Factors. Dyslipidemias. HDL Colesterol. Abdominal Obesity. ResumoA evolução dos antirretrovirais tem melhorado a expectativa de vida das pessoas infectadas pelo human immunodeficiency virus (HIV). Por outro lado, os efeitos colaterais dos medicamentos têm elevado o surgimento da síndrome metabólica (SM) e o risco cardiovascular (RCV), aumentando a mortalidade nessa população. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a SM e o RCV em pessoas vivendo com HIV (PVHIV), bem como, sua relação com o perfil clínico e sociodemográfico. O estudo avaliou 52 prontuários de pacientes recém diagnosticados pelo HIV. Foram coletadas informações sociodemográficas, clínicas e dados para a avaliação da SM e do RCV. Nos resultados foi observado um predomínio de pacientes do sexo masculino (69,2%), solteiros (67,3%) e com vínculo empregatício (73,1%). Sobre as variáveis clínicas, prevaleceram pacientes que não iniciaram o uso de terapia antirretroviral (84,6%), com linfócitos T CD4+ >200 células/mm³ (67,3%), com carga viral detectável (82,7%), além de 38,5% já estarem com Aids. Teve-se com maior frequência o RCV baixo (92,3%), bem como 11,5% apresentaram SM, tendo uma relação positiva com a circunferência abdominal elevada (p=0,001). Ademais, identifica-se que o HDL-c baixo foi o fator mais alterado (42,4%) e predominaram pacientes com até um fator para a avaliação da SM (63,5%). Os dados permitem concluir que as PVHIV avaliadas no presente estudo possuem um baixo RCV e considerável presença de SM, no entanto, foi observada associação entre a SM com a obesidade abdominal, sendo os baixos valores de HDL-c o principal fator alterado entre os pacientes. Palavras-chave: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Fatores de Risco de Doenças Cardíacas. Dislipidemias. Colesterol HDL. Obesidade Abdominal.
Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores. Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. A Atena Editora não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados nesta obra. Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.