Este estudo teve como objetivo identificar a dependência espacial das taxas de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos com a proporção de migração, no estado do Pará. Foi realizada pesquisa com desenho de estudo ecológico em uma série histórica de casos de novos de hanseníase, entre os anos de 2006 a 2015, a partir de do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis do Ministério da Saúde, referentes ao Estado. A evolução temporal da taxa de detecção geral, padronizada pela idade, apresentada geograficamente, identificou um corredor de muito hiperendemicidade, no sentido Sudoeste-Sudeste do Estado e dois aglomerados de municípios, também de muito hiperendemicidade, na fronteira com os estados do Tocantins e do Maranhão. A análise espacial demonstrou que as taxas médias na população em geral e em menores de 15 anos e a proporção de migração apresentaram autocorrelação espacial positiva, permitindo identificar clusters localizados nas áreas Sudeste, Sudoeste, Centro Norte e Nordeste do Estado. Nessas áreas estão concentrados os projetos de exploração mineral e de agropecuária e foram construídas duas Usinas Hidroelétricas nas décadas de 1960 e 2000, sendo favorecidas por rede viária e ferroviária consolidada que é usada para o escoamento dos produtos e para o intenso fluxo migratório das pessoas. Esta pesquisa evidencia que a hanseníase apresenta alta magnitude com característica de transmissão e que os 2/3 da área territorial que expressam hiperendemicidade, a destacando como sério problema de saúde pública no estado do Pará.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, curável, contudo, com grande potencial para gerar incapacidade física. Conhecer o impacto da hanseníase em menores de 15 anos permite estimar o nível de transmissão, a intensidade da endemia e avaliar a efetividade dos serviços de saúde em combater essa enfermidade, que é mais prevalente em populações pobres e representa um crescente problema de saúde no estado do Pará. O objetivo deste estudo foi estudar a distribuição geográfica da hanseníase em menores de 15 anos, na Região Metropolitana de Belém, estado do Pará. Estudo quantitativo, com desenho de estudo ecológico, dos casos notificados de hanseníase, em menores de 15 anos de idade, abrangendo o período de 2006 a 2015. Foram calculados indicadores epidemiológicos e utilizou-se o software livre com código-fonte aberto QGis 2.18 para a construção dos mapas. Dos 675 casos, havia predomínio das formas paucibacilares e maior frequência da forma clínica dimorfa. A evolução da taxa média, padronizada, de detecção da hanseníase em menores de 15 anos, apontou muito hiperendemicidade nos municípios de Castanhal, que tinha cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família consolidada, e de Marituba, com cobertura intermediária. A magnitude da endemia, a força da morbidade e a tendência da doença, apontadas pelos indicadores de acompanhamento epidemiológico, permaneceram elevadas e a cobertura da Estratégia Saúde da Família, embora consolidada na maioria dos municípios, não se distribuiu de forma homogênea a garantir cobertura universal aos territórios. Esses resultados contribuem para a análise da distribuição geográfica da hanseníase, importante para a identificação de áreas para alocação de recursos, visando controle e redução da doença.
Objetivo: Analisar a tendência da detecção da hanseníase, na população em geral, nas Mesorregiões do estado do Pará, Brasil, no período de 2004 a 2018. Métodos: Estudo ecológico exploratório utilizando o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram incluídos os casos de hanseníase residentes no estado de Pará. Estudadas 57.537 notificações de caso, considerando as variáveis: sexo, raça/cor da pele, idade, escolaridade, município de residência, ano da detecção da doença, classificações por forma clínica e operacional. Resultados: As maiores proporções de detecção foram observadas nas Mesorregiões Sudoeste Paraense (63,76%), Baixo Amazonas (62,94%), Sudeste Paraense (60,65%) e Marajó (60,15%). O risco para a manutenção da transmissão da doença esteve presente nas Mesorregiões Sudeste Paraense (1.476,98/100.000hab.) e Sudoeste Paraense (1.218,42/100.000hab.). A forma clínica dimorfa predominou na notificação, seguida pela forma indeterminada. A distribuição geográfica evidenciou que 2/3 do Estado apresentou área hiperendêmica, com altas taxas, envolvendo as Mesorregiões Sudeste Paraense (97,58/100 mil hab.), Sudoeste Paraense (83,19/100 mil hab.) e Marajó (84,17/100 mil hab.). Conclusão: O estudo da hanseníase no estado do Pará aponta comportamento não homogêneo e condições desfavoráveis para o controle, identificando a necessidade urgente de estratégias para tornar eficazes as ações de controle da doença.
Objetivo: Caracterizar o padrão epidemiológico e identificar as tendências temporais dos indicadores de acompanhamento da hanseníase, estado do Pará, Brasil, de 2006 a 2015. Métodos: Estudo descritivo, de base populacional, com análise de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Investigaram-se dados clínico-epidemiológicos de 38.859 casos novos. Resultados: Os resultados demonstraram os casos, em geral, do gênero masculino (60,21%), de 15 a 59 anos de idade (75,31%) e de baixa escolaridade (66,32%). A maioria foi conhecida através da demanda espontânea (56,13%) e majoritariamente hanseníase multibacilar (60,94%), com predomínio da forma clínica dimorfa (41,56%), que apresentou tendência de crescimento em projeção até 2020. A magnitude, a força da morbidade e a tendência da doença, permaneceram elevadas, com alta proporcionalidade de casos que apresentam incapacidade física grau II, levantando a suposição de que é elevada a prevalência oculta da doença. A espacialização da taxa média de detecção geral identificou um corredor e dois aglomerados de municípios, com características de muito hiperendemicidade, além de ter evidenciado que 2/3 do Estado permaneceu em hiperendemicidade. Conclusão: Conclui-se que os achados indicaram que a hanseníase é uma endemia persistente no estado do Pará como um sério problema de saúde pública.
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