por ali nos anos 50. Meus avós, de Goiás Velho, vinham nos visitar. Era uma viagem longa, com trocas de aviões e paradas pelos aeroportos. Eles ficavam surpreendidos com aquele ambiente de gente do povo falando alemão. O contraste cultural do Brasil, das diferenças dentro do país, impressionava meus avós, e a reação deles me impressionou também. Outra coisa que me marcou foi a proximidade social que existia na região de Itajaí, onde havia pobres, claro, mas muito pouca gente vivendo na miséria, como também não havia gente muito rica. Sobre sua formação escolar, o que poderia nos contar? Estudei no Colégio Catarinense, dos jesuítas, em Florianópolis. Tive como professor o padre João Alfredo Rohr, 1 que foi pioneiro no estudo dos sambaquis e dos paleoindígenas. Ele incentivou a legislação para preservar os sambaquis como local de pesquisa arqueológica e criou um museu no Colégio. O internato tinha um regime severo, aula de manhã e estudo a tarde inteira, acordando todo dia cedo para ir à missa e tal. É um mundo que não existe mais. Cresci lá durante o governo do Juscelino, que foi o momento em que o Brasil foi mais otimista. Houve a indústria automobilística, a construção de Brasília, um regime democrático até então inédito. Em seguida, mudamos para Brasília. Fomos para Goiânia primeiro, em família, e meu pai foi para capital federal. Ele era pediatra.
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