Analisa como os professores de Educação Física têm dado visibilidade às produções culturais das crianças na Educação Infantil e de que forma essas produções potencializam as suas mediações pedagógicas nesse contexto. Utiliza a narrativa (auto)biográfica como método. Os dados foram produzidos por meio das narrativas de duas professoras e de dois professores de Educação Física que atuam em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) de Vitória/ES/Brasil. As narrativas docentes foram potencializadas pelos “episódios de interação”, que ilustram situações prototípicas em que as produções culturais das crianças foram reconhecidas e valorizadas nas mediações pedagógicas. Os resultados sinalizam diversas estratégias utilizadas pelos docentes para auscultarem e valorizarem as produções infantis, dentre elas, destacam-se: as relações dialógicas com as crianças; a reelaboração da intencionalidade pedagógica do professor, considerando as demandas das crianças; os arranjos de materiais; e a valorização da reprodução interpretativa que as crianças imprimem aos artefatos culturais que lhes são ofertados.
Analisa o modo como as produções acadêmico-científicas no campo de Educação Física têm discutido as brincadeiras de faz de conta na Educação Infantil, identificando os autores de base, as áreas do conhecimento e os principais conceitos que subsidiam essas produções. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo Estado do Conhecimento, que utilizou como fontes o Catálogo de Teses e Dissertações e o Portal de Periódicos da Capes. O corpus do estudo é constituído por 15 produções. Os autores de base mobilizados pela Educação Física para discutir as brincadeiras de faz de conta na Educação Infantil são: Vygotsky, Piaget, Benjamin, Merleau-Ponty, Corsaro e Certeau. Por meio dos conceitos postulados por esses autores, as produções analisadas buscam reconhecer e valorizar as agências das crianças, as suas autorias e as suas produções culturais nas experiências que estabelecem com as brincadeiras de faz de conta no contexto da Educação Infantil.
RESUMO: O Programa Institucional de Bolsa à Iniciação a Docência em Educação Física (Pibid/EF) da Universidade Federal do Espírito Santo busca romper com práticas e representações que concebem as crianças pelas suas ausências e negatividades, como seres incapazes de pensar e agir sobre si mesmos. Este artigo objetiva analisar as práticas de bolsistas do Pibid/EF, focalizando os pontos de convergência dessas práticas com a concepção de infância que orienta o programa, centrada na Sociologia da Infância e nos Estudos com o Cotidiano. Utiliza a pesquisa-ação colaborativa como metodologia e os dados são provenientes da observação participante, das narrativas dos bolsistas e de fotografias. A análise dos dados, desenvolvida na perspectiva de casos expressivos, indica que as práticas dos bolsistas, construídas na relação colaborativa com os sujeitos da escola, consideraram as produções culturais das crianças e o seu protagonismo nas mediações pedagógicas da Educação Física com a Educação Infantil. PALAVRAS-CHAVE: Mediação Pedagógica. Educação Física. Educação Infantil. INTRODUÇÃOA Educação Física vem se consolidando na Educação Infantil em diversos municípios brasileiros. Rodrigues (2015) constatou a predominância do professor com formação em Educação Física em relação aos demais docentes especialistas 1 nas instituições infantis do País. Uma das possíveis razões para esse predomínio é a centralidade da linguagem corporal nos processos de educação das crianças (BRASIL, 2013 Independentemente das razões, muitos são os desafios para a afirmação da Educação Física na Educação Infantil, especialmente aqueles relacionados com a intervenção pedagógica dessa área de conhecimento em consonância com as concepções de infância e de criança estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs), que preconizam as crianças como sujeitos de direitos, produtoras de cultura e protagonistas dos seus processos de socialização (BRASIL, 2013). Essa vertente implica o reconhecimento da capacidade de produção simbólica por parte das crianças e a constituição das suas representações e crenças em sistemas organizados, isto é, em culturas.Em sentido contrário a essa orientação, ainda prevalecem na EducaçãoInfantil representações e práticas pedagógicas centradas na concepção de criança como um ser universal, que possui princípios fixos de desenvolvimento, determinados pela maturação biológica do organismo (DAHLBERG;MOSS;PENCE, 2003). Nessa perspectiva, as crianças são sempre um vir a ser, constituindo-se como "[...] alvo do tratamento, da orientação ou da ação pedagógica dos mais velhos" (SARMENTO, 2008, p. 19). Elas são representadas pela sua negatividade, ou seja, por um conjunto de procedimentos que negam as suas ações, capacidades e autorias, sob o argumento de que são incompetentes para agir e pensar sobre si mesmas.Nesses termos, paradoxalmente, ao mesmo passo em que se atribui às crianças uma projeção de sujeito no tempo futuro, o tempo presente é marcado por opressões.Com efeito, mesmo quando se reconhe...
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