Introdução: O novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem apresentado diferentes desdobramentos patológicos, variando entre acometimentos respiratórios, neurológicos, renais, entre outros. No contexto neurológico, numerosos casos foram relatados na literatura de pacientes com sintomas da Síndrome de Guillain Barré (SGB) associada à COVID-19, determinada pela apresentação de sintomas por mais de três meses após a fase aguda da doença. A SGB é caracterizada como uma polineuropatia aguda imunomediada, causada por um distúrbio autoimune adquirido. Quando realizada eletroneuromiografia, os subtipos neurofisiológicos encontrados foram classificados em sua maioria pela neuropatia desmielinizante (50%), com sua variante principal para SGB para sensitivomotora clássica (62,5%). Objetivos: Esclarecer o perfil epidemiológico de pacientes com SGB associada à infecção por SARS-CoV-2 através de casos relatados na literatura. Metodologia: Realizou-se uma revisão bibliográfica, nas bases de dados Scielo, Pubmed, LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), de artigos publicados de Janeiro de 2020 a Agosto de 2021, nos idiomas inglês e português, utilizando os seguintes descritores: “Coronavírus”, “SGB” e “Doenças Infecciosas”. Resultados: No início de 2020, cinco pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 foram diagnosticados com SBG em hospitais no nordeste da Itália e uma paciente em Wuhan na China. Muitos estudos relataram predominância do sexo masculino (75%) para SBG induzido por COVID-19, com idade média de 52 anos, mínima de 21 e máxima de 66 anos. Isso é possivelmente atribuído ao fato de homens terem níveis mais elevados de receptor ACE2 na circulação, fornecendo mais receptores para interações com COVID-19, resultando em captação da infecção. Conclusão: Os estudos analisados mostram uma associação entre as duas patologias, na qual o SARS-CoV-2 seria o potencial gatilho para a SGB, com prevalência masculina. Ademais, alguns estudos mostraram uma possível associação entre o sexo masculino e o receptor ACE2, como facilitador da entrada do vírus na célula. Em conclusão, mais estudos com delineamentos mais elevados em níveis de evidências e amostras mais representativas são necessários para fazermos análises conclusivas a respeito do assunto. Esperamos que através dessa revisão profissionais de saúde e a população em geral fiquem mais atentos a possível associação entre a SGB e o SARS-CoV-2, principalmente na população masculina.
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