O presente trabalho tem como objetivo lançar um olhar antropológico sobre as experiências de sofrimento de profissionais da medicina de origem cubana que, após o fim do Programa Mais Médicos, tiveram suas vidas completamente transformadas. Para tal empreendimento, utilizaremos matérias jornalísticas nas quais estão expressos relatos sobre as vivências desses profissionais. Nesse sentido, usaremos o aporte teórico-conceitual da Antropologia das Emoções e do Sofrimento, mais especificamente, entendendo esse conjunto de acontecimentos através das noções de evento crítico e sofrimento social. Ao final, buscaremos refletir sobre como a irrupção deste evento impactou as vivências e percepções acerca do passado, presente e futuro, bem como as emoções que daí emergem.
O trabalho apresentado buscou tecer algumas considerações e reflexões acerca de como o corpo é percebido no âmbito da Enfermagem, partindo da bibliografia da área sobre o tema. Através desse olhar sobre o ambiente nativo, percebeu-se que a área possui grande influência do modelo biomédico. Entretanto, as dimensões psicológica, social, emocional e cultural aparentam ter bastante relevância, principalmente quando a categoria estudada aparece junto a noção de cuidado, reivindicada como prática especifica e essencial para a atuação da/o enfermeira/o. Nesse sentido, parece-nos que o cuidado se constitui como uma forma de se distanciar do paradigma mecanicista e de suas consequências, trazendo consigo uma certa autonomia à atividade das enfermeiras e enfermeiros, como um fazer distinto da medicina em termos de despersonalização e atenção a integralidade do outro.
O presente artigo tem como objetivo a compreensão da noção de cuidado no campo da enfermagem, tendo por pano de fundo os dilemas e questões que perpassam as experiências cotidianas desses profissionais. Pertencente ao campo da saúde, a enfermagem é uma área definida pela noção de cuidado – entendida como essência e especificidade da profissão –, o que a caracteriza como o mais alto nível de profissionalização do care. Através de uma etnografia com estudantes e professores do curso de graduação em Enfermagem de uma universidade pública mineira, foi possível compreender como as concepções acerca da noção de cuidado possuíam um caráter predominantemente científico. Nesse sentido, procuramos relacionar tal concepção com a trajetória histórica da profissão para, ao final, demonstrar como esse entendimento impactava na forma como as emoções eram concebidas e vivenciadas.
PALAVRAS-CHAVE: Cuidado. Enfermagem. Ciência. Emoções.
O mundo contemporâneo é palco de profundas e aceleradas transformações, cujos impactos têm repercutido nas dimensões mais íntimas da vida dos sujeitos. O sociólogo Anthony Giddens é um dos autores que tem se preocupado com a questão, buscando compreender as consequências da modernidade e seus entrelaçamentos com a vida pessoal e com o Eu (self). Nosso objetivo foi analisar a discussão de Giddens acerca dos impactos do mundo contemporâneo sobre a intimidade, bem como tecer uma breve análise das implicações dessas transformações. A investigação foi conduzida a partir da análise de duas obras do referido autor: “As consequências da modernidade" e “Transformação da Intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas”. Para o autor, o fenômeno sociológico da “transformação da intimidade” caracteriza-se pela modificação na forma como as relações amorosas se estruturam, estando cada vez mais motivadas e sustentadas por aspectos democráticos, como a autonomia do Eu e do Outro. Frente às alterações nas condutas de vida dos sujeitos e suas relações com a dimensão da intimidade sugeridas por Giddens, podemos entrever um adensamento da noção de pessoa enquanto indivíduo nos dias atuais.
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