Resumo A partir de 2006, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou públicas, por meio digital, as prestações de contas de candidatos, partidos e comitês, houve um crescimento significativo no volume de trabalhos que analisam o financiamento de campanhas no Brasil. Todavia, com o protagonismo assumido pelas empresas, a importância e o impacto das demais receitas têm sido pouco abordados. O objetivo aqui é preencher parte dessa lacuna, detalhando o quanto cada uma das fontes de recurso contribui para o total arrecadado e quanto os competidores diferem-se em volume de financiamento. Para isto, foram analisadas as contas eleitorais de candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições gerais de 2010 e 2014. Metodologicamente, conjugou-se estatística descritiva e testes de diferenças de médias. Os resultados indicam que o desempenho eleitoral está associado não somente ao volume de receitas, mas também à elevada presença de alguns tipos de doadores, como pessoas jurídicas e partidos. O posicionamento em relação ao governo federal, entretanto, afeta o montante arrecadado, mas não é um bom critério para avaliar a forma com que os candidatos são financiados.
<p>Este estudo tem por objetivo investigar o papel desempenhado pela ideologia na composição social dos candidatos que disputaram uma vaga à Câmara Municipal de Curitiba, nas eleições de 2012. Para tanto, analisa-se informações declaradas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral, quais sejam, ocupação, patrimônio, escolaridade e sexo. A hipótese deste trabalho é que os partidos encontram dificuldades em montar suas listas de candidatos em eleições locais e que isto produz uma heterogeneidade maior no perfil social dos candidatos, comparado aos achados em âmbito federal. Desta forma, partindo dos resultados obtidos, comprova-se que blocos ideológicos diferenciam-se entre si, mas que há uma similaridade nas ocupações de esquerda e direita em eleições municipais e federais.</p>
Rsenha do livro:CODATO, Adriano; COSTA, Luiz Domingos; MASSIMO, Lucas (Eds.). Retratos da classe política brasileira. Estudo de Ciência Política. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas, 2015. 333 p
O trabalho apresenta uma análise empírica sobre os padrões de doações de campanha a candidatos a vereador em duas eleições em Curitiba: 2008 e 2012. Trata-se de uma análise comparativa para testar que características dos candidatos ajudam a entender as variações das receitas declaradas pelos concorrentes. O objetivo é verificar se a condição do candidato, novato ou à reeleição; se a posição do candidato, se em partido do governo ou oposicionista; e o desempenho do candidato, se eleito ou derrotado, ajudam a entender a capacidade de arrecadação de recursos financeiros pelos concorrentes. Portanto, trata-se de um estudo sobre finanças de campanha e não sobre desempenho eleitoral. A hipótese é que candidatos à reeleição têm melhores condições financeiras do que os demais, independentes de serem da oposição ou não. Comparamos duas eleições municipais para verificar se os padrões das finanças de campanha se alteraram no período ou se mantiveram estáveis.
RESUMO Introdução: Este artigo trata do financiamento de campanhas no Brasil. Embora não faltem evidências de que as arrecadações de campanha estão associadas ao sucesso eleitoral, pouco se sabe sobre o quanto a intenção de voto pode afetar o montante arrecadado pelos candidatos. Nosso objetivo é investigar este fenômeno. Materiais e Métodos: A análise empírica foi realizada com dados de prestações de contas eleitorais dos 134 candidatos ao Senado Federal em 2014 e com resultados de pesquisas de intenção de voto do instituto IBOPE. Utilizamos como ferramentas de análise estatísticas descritivas e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados atestam o impacto positivo das intenções de voto aferidas nas sondagens pré-eleitorais e do apoio do governador sobre as arrecadações totais. Já ser mandatário e candidato à reeleição (incumbency) foi um fator ineficaz para a explicação de quase todas as receitas. Discussão: Em virtude da associação encontrada entre intenção de voto e financiamento eleitoral, alertamos para a necessidade de considerar a existência de endogenia na relação entre dinheiro e voto nas disputas majoritárias, visto que as variáveis são mutuamente afetadas. Além disso, sugerimos que a relação entre viabilidade do candidato e financiamento eleitoral reafirma a ideia de que os doadores agem de maneira estratégica ao definir quais candidatos devem apoiar.Nesse sentido, doadores optam por candidaturas viáveis que contam com apoios políticos relevantes e oferecem, assim, menos riscos de derrota. PALAVRAS-CHAVE: financiamento de campanhas; expectativa de vitória; pesquisas eleitorais; Senado; eleições de 2014.Recebido em 30 de Janeiro de 2018. Aprovado em 5 de Março de 2019. Aceito em 11 de Março de 2019.Entretanto, se a hipótese de que a relação se dá inicialmente entre arrecadação de campanha e expectativa de vitória for verdadeira, isso pode ter consequências sobre o real efeito do dinheiro sobre o voto. Isto porque, como
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.