A Alemanha, após o seu processo de unificação, concluído em 1871, passou por um intenso crescimento e desenvolvimento até as vésperas da Primeira Guerra Mundial. Sempre orientados por uma percepção da distribuição de poder dentro do sistema internacional, seus líderes procuraram implementar uma política externa visando a ampliar o poder do país de forma a encontrar um melhor posicionamento relativo no sistema. Primeiramente, Bismarck buscou a manutenção do status quo pós-Guerra Franco-Prussiana, cujo resultado colocou a Alemanha em posição destacada na Europa. Já sob Guilherme II, uma política externa mais ambiciosa procurou promover internacionalmente o Império como uma potência de nível mundial. Condições internas e externas facilitaram e/ou dificultaram este processo. A elaboração de uma política de alianças, a intensificação da extração e da mobilização de recursos sociais, o estímulo a um nacionalismo de Estado, o combate a ideologias tidas como perigosas e o fortalecimento das estruturas e instituições do novo Império Alemão foram elementos extremamente importantes para transformar o que outrora era um emaranhado de Estados sem muita relevância política em uma potência mundial já em fins do século XIX.
A proposta deste trabalho é analisar a política externa de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) por meio do conceito de enfoque paradigmático. Compreendemos que a política externa brasileira, ao longo de sua história republicana, manteve-se constante em relação a seus principais objetivos: o desenvolvimento do país e a busca da autonomia política no cenário internacional. Todavia, as estratégias implementadas para alcançar tais objetivos variaram de acordo com a ideologia dos governos e com a conjuntura internacional que, não raro, provocaram mudanças de paradigma. No caso da política externa de Lula da Silva, consideramos que alguns aspectos ideológicos de seu governo influenciaram seu planejamento e a tomada final de decisões, de tal forma que auxiliaram a superar obstáculos conjunturais que se apresentaram no período. Para amparar nossa análise, utilizamos como fonte os discursos presidenciais e ministeriais proferidos ao longo do governo Lula e das administrações que o precederam, em especial a de Fernando Henrique Cardoso.
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