RESUMOA família desenvolve complexas estratégias de ação e de relação entre seus membros para a manutenção da saúde e a continuidade da vida. É importante que a Enfermagem saiba mais sobre os meios com que as famílias cuidam e promovem sua saúde, tornando sua prática voltada à realidade desta clientela. Este trabalho teve por objetivo abordar o referencial das rotinas e rituais familiares elucidando questões relativas à sua origem e a seus conceitos-chaves. Como metodologia, utilizou-se a seleção de artigos através da biblioteca eletrônica da BIREME, a partir dos descritores Family, routines/Family, ritual/rituals. Os resultados revelaram que iniciaram na década de 1950 as discussões a respeito deste referencial, que vem sendo abordado na literatura internacional de saúde com diferentes enfoques. Na enfermagem ganhou importância nos anos 1990, sendo empregado em contextos familiares diversos. Não obstante, a maioria dos estudos aponta que as rotinas e os rituais familiares podem ser trabalhados para influenciar positivamente a saúde da família e de seus membros. INTRODUÇÃOA família é observada por diferentes áreas do conhecimento e compreendida na diversidade de olhares aos quais está sujeita, do senso comum às teorias de família. Segundo estudos na área da Enfermagem,(1-3) a família é um importante sistema de cuidado à saúde e que se utiliza de processos internos que permeiam sua rotina diária, a dinâmica do ciclo vital e sua conexão transgeracional, em interface com processos externos que incluem o acesso ao sistema oficial e não oficial de cuidado à saúde. A enfermagem, como profissão, é caracterizada como um recurso de cuidado mais próximo da clientela, especificamente a que se refere, neste estudo, à unidade familiar, e tem o desafio de vincular as ações profissionais de cuidado à lógica do cuidado da saúde das famílias.Vários são os referenciais que instrumentalizam os profissionais de enfermagem na atuação e na busca de conhecimentos do complexo mundo familiar. Eles servem como janela através da qual é possível olhar de diferentes ângulos o objeto de estudo e de cuidado. O desenvolvimento de pesquisas em enfermagem tem se aprofundado cada vez mais na integralidade das ações para a promoção da saúde em diferentes contextos e também buscando incorporar ao foco dos estudos de família as contribuições de estudos e de referenciais de outras áreas do conhecimento (2)(3) . No Brasil, a profissão de Enfermagem incorporou, desde 1994, a proposta da Estratégia de Saúde da Família, a qual tem como alicerce um modelo teórico preconizado pelo Ministério da Saúde que tem sido mais aplicado, especialmente por pesquisadores, nas atividades de extensão universitária ou em pesquisa (4) . Apesar desta intenção, é perceptível ainda a dificuldade de articular, no cotidiano da prática de enfermagem, o cuidado de promoção da
RESUMOO estudo consiste de uma pesquisa qualitativa, de múltiplos casos, com quatro famílias de crianças participantes de um programa de suplementação alimentar, em Florianópolis/SC. Teve por objetivo compreender como se dá a rotina diária de famílias com crianças desnutridas ou em risco nutricional. Fez-se observação direta em campo e entrevistas gravadas com a mãe ou outro cuidador da criança, no domicílio, na unidade de saúde e no centro comunitário local, entre outubro de 2006 e agosto de 2007. Utilizou-se o método de análise de conteúdo e análise comparativa à luz do referencial teórico. Os resultados apontam que as famílias estabelecem rotinas que se modificam constantemente para o atendimento das necessidades básicas dos membros ante os eventos esperados e inesperados no ambiente familiar, podendo promover a coesão do núcleo e auxiliar no cuidado das crianças desnutridas ou em risco nutricional. A relação com a rede de suporte social varia e os recursos do programa de suplementação alimentar ajudam na estabilidade da vida familiar. INTRODUÇÃOA família, compreendida também como sistema ou como unidade cuidadora, vem atualmente passando por fortes transformações, influenciadas por mudanças culturais, ambientais e econômicas que ocorrem no contexto micro e macrossocial (1) . Apesar dos avanços em curso, significativo número de famílias brasileiras ainda enfrentam diversas fragilidades e suscetibilidades, que repercutem diretamente nas crianças.A desnutrição infantil, associada a outros importantes distúrbios alimentares, tem sido amplamente abordada na literatura e se constitui em permanente preocupação das políticas básicas de saúde (2) . Dados oficiais consideram, no perfil da segurança alimentar das grandes regiões do país, entre outros fatores, o nível de escolaridade da pessoa de referência do domicílio, a composição da unidade familiar e sua renda (3) . A causalidade da desnutrição infantil, também relacionada com fatores externos -como a situação econômica, o nível de escolaridade e o escasso suporte social -acaba por afetar a organização e o cotidiano das famílias com crianças desnutridas.Na família, as ações, interações e processos dos seus diferentes membros buscam organizar a vida coletiva diária, ao estabelecer rotinas, distribuir tarefas e administrar os recursos de acordo com a situação em que estes se encontram (4) . As pesquisas apontam para uma variação nos estilos comportamentais de cada unidade familiar que se reflete em diferentes extensões e conteúdos das próprias rotinas (5)
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