O presente texto constitui-se um relato de experiência decorrente da realização do curso de Formação de Professores de Comunidades Remanescentes de Quilombo, que foi desenvolvido no Pela Universidade Federal de Mato Grosso, por intermédio do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre). O objetivo desta narrativa é contribuir com o debate sobre formação inicial e continuada de professores, particularmente, no que se refere à formação de docentes para atuar na Educação Escola Quilombola na educação básica. Para efeito da realização da presente narrativa, os registros produzidos no decorrer do curso constituíram-se fonte imprescindível, donde advêm as informações apresentadas no texto. A oferta do curso encontrou excelente aceitação pelo público ao qual se destina. Todavia, sua realização se deparou com inúmeras dificuldades, ocasionadas pela insuficiência de recursos financeiros, necessários à sua execução. Espera-se que a iniciativa da qual decorre a presente narrativa possa ter, como repercussão, ações mais efetivas, tanto no que se refere à continuidade das ações por intermédio de política de acompanhamento e orientação para que os efeitos dessa iniciativa produzam repercussões mais abrangentes, tanto no âmbito da gestão educacional feita pelo município, pelo estado e pela união, quanto no interior das escolas.
A Lei nº 12.711/2012, que induz ações afirmativas na graduação, e a Portaria Normativa do Ministério da Educação nº 13/2016, na pós-graduação, inserem-se no contexto de democratização da educação superior. Nosso objetivo é analisar as implicações do Curso de Extensão “Afirmação na Pós-graduação: curso preparatório de negras e negros” no enfrentamento à discriminação racial na educação superior. O Curso foi oferecido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (NEPRE/UFMT), campus Cuiabá, no período de maio a dezembro de 2019, no âmbito do Programa de Extensão “Ação Afirmativa no Ensino Superior: articulações de vivências e saberes na UFMT”. O aporte teórico utiliza de referenciais que fazem a interface entre Educação, Relações Raciais e Gênero. É uma reflexão de caráter bibliográfico, documental e exploratório. As ações do Curso indicaram a relevância das políticas identitárias e afirmativas para a emancipação social da população negra e construção de projetos democráticos antirracistas, de maneira a driblar as estatísticas do racismo e dos estereótipos mantenedores da branquitude nos espaços de poder na pós-graduação.
Nas décadas mais recentes, o Brasil tem avançado no enfrentamento do racismo, a partir do campo educacional, com o estabelecimento de políticas de educação voltadas à Educação das relações étnico-raciais, à educação escolar quilombola e à Educação Escolar Indígena. No entanto, parece haver certo desencontro na efetivação dessas políticas, à medida que são entendidas de modo dissociado uma da outra ou hierárquico entre si. A pesquisa da qual resultou o presente artigo teve por objetivo, tomando por base metodológica a pesquisa de análise documental (LÜDKE, ANDRÉ, 1986) e a análise de conteúdo (BARDIN, 2011), compreender as especificidades e possíveis aproximações ou distanciamentos entre as diretrizes que definem tais políticas. Espera-se que os resultados aqui apresentados possam contribuir ao melhor entendimento das relações existentes entre essas políticas que possa se reverter ao seu fortalecimento, visto que um dos aspectos relevantes da pesquisa é a contribuição ao debate que envolve o tema educação e diferença que problematiza a tomada dos marcadores étnico-raciais como distintivos hierarquizantes na sociedade Brasileira.
ResenhaCAMPOS, Paulo Fernando de Souza; OGUISSO, Taka. Enfermagem no Brasil: formação e identidade profissional pós-1930. 1. ed. S ão Caetano do Sul: Yendis, 2013. v. 1. 211 p.
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