A avaliação das aprendizagens, nas últimas décadas, tem sido utilizada pelos Estados economicamente desenvolvidos como um processo de monitorização e de prestação de contas da qualidade da educação escolar promovida, naquilo que se vem designando de processos de accountability. Tal finalidade tem sido concretizada pelo aumento da avaliação sumativa externa, realizada por exames nacionais estandardizados. Os resultados obtidos pelos alunos nessas provas servem de barômetro para aferir e monitorizar essa qualidade educativa, com referência a padrões uniformes, determinados economicamente e que são visíveis em metas oficialmente estabelecidas para a educação escolar. É pela medição do cumprimento dessas metas pelos alunos nos exames nacionais que se processa a aferição e a monitorização por parte dos Estados da qualidade educativa. Não estando Portugal distante dessa influência neoliberal e neoconservadora na educação escolar, o objetivo do presente texto consiste em analisar e refletir sobre as mudanças nas orientações legais para a avaliação das aprendizagens no ensino básico que foram implementadas a partir de 2012 e que têm que ser enquadradas numa ideologia neoliberal mitigada. Esta análise e reflexão incidem sobre os documentos normativos que atualmente regulamentam a avaliação das aprendizagens no ensino básico português e que se traduziram no alargamento dos exames nacionais de português e a matemática aos três ciclos desse nível de ensino e na tendência de valorização dos resultados em detrimento dos processos de aprendizagem.
A formação inicial de professores constitui o primeiro período formal de aquisição de conhecimentos diversos e de competências profissionais necessárias à resposta adequada aos desafios colocados ao exercício da profissão. Em Portugal, foi recentemente publicado um novo regime jurídico de habilitação para a docência que indica novas orientações para a formação inicial de educadores de infância e de professores dos 1º e 2º ciclos do ensino básico. Daí que o presente texto vise refletir e problematizar as diretrizes estipuladas para a formação inicial desses profissionais. Essas novas diretrizes enfatizam o domínio dos conhecimentos científicos que os educadores de infância e os professores dos 1º e 2º ciclos vão ensinar e a sua transmissão em sala de aula. Na sequência da adequação dos cursos de formação inicial de professores ao processo de Bolonha, essas novas orientações implicaram a alteração no modelo de formação adotado e mudanças nos planos curriculares dos cursos que formam esses profissionais de ensino
A aprendizagem cooperativa é um método em que os alunos trabalham em pequenos grupos heterogêneos, com papéis previamente definidos, trocando informações e partilhando materiais, estando cada aluno consciente de que só terá sucesso se todos os elementos do grupo também tiverem. Esse método, apesar de ainda ser pouco utilizado em Portugal, aos poucos vem ganhando força. Nesse sentido, realizou-se uma investigação para compreender as opiniões sobre a aprendizagem cooperativa de professores que a utilizavam no processo de ensino e aprendizagem. Para isso, utilizou-se uma metodologia de investigação qualitativa, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas aplicadas a sete professoras do ensino básico e secundário português. Por meio dela, verificou-se que, para as professoras entrevistadas, a aprendizagem cooperativa é um método que tem como principais vantagens o aumento do rendimento acadêmico e da autoestima dos alunos e a melhoria das suas competências sociais. Por outro lado, identificaram-se algumas dificuldades na sua implementação em sala de aula, nomeadamente no nível dos alunos, do tempo disponível, dos recursos e da extensão dos programas.
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