Resumo: Frente à discussão em torno da renda proveniente de atividades não agrícolas e sua importância para a população rural brasileira, este artigo analisa (i) os condicionantes da pluriatividade e da condição não agrícola das famílias rurais e (ii) os impactos das atividades não agrícolas na renda das famílias rurais. As análises baseiam-se em dados empilhados da PNAD de 2001 a 2013, período caracterizado por marcantes transformações na economia e sociedade rural. Os resultados destacam como as chances de a família rural possuir atividade não agrícola dependem tanto de fatores endógenos à estrutura familiar, como a presença de filho em idade adulta e escolaridade da pessoa responsável, quanto de fatores exógenos, como a proximidade do domicílio às áreas urbanas e região geográfica. Apesar das sensíveis melhoras no emprego e renda agrícola nos anos 2000, manteve-se o ritmo histórico de redução das famílias com atividade exclusivamente agrícola no rural brasileiro. Essa dinâmica justificar-se-ia, em parte, pela renda das famílias com atividades não agrícola, que é maior que a das famílias exclusivamente agrícolas e apresentou crescimento superior no período, contribuindo para a intensificação das disparidades de renda no meio rural. Palavras-chaves:Mercado de trabalho agrícola; Pluriatividade; Desigualdade; Renda agrícola; Demografia rural. ; and (ii) Abstract: Based on the discussion of the income from non-agricultural activities and its importance for the Brazilian rural population, this study analyzes: (i) the determinants of pluriactivity and non-agricultural activities in rural households
ublic p p p policies olicies olicies olicies The paper aims to undo the idea that pluriactivity finds favorable environment to its growth in regions with dynamic and modern local economies. The research is based on information processing from the microdata of the Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -PNAD (from 1992 to 1999 and from 2001 to 2005). This paper also points out that, in the case of the South region, the growth (or not growth) of pluriactivity -and its influence over family farms -depends fundamentally on political conceptions and political actions. In the Northeast, pluriactivity increases associated to poverty in interior areas of the region.Key words: Pluriactivity; Rural poverty; Public policies; Family farm. JEL Q18, Q19, R23.Se nós, economistas, prestássemos menos atenção aos nossos próprios desejos e mais aos fatos, imediatamente surgiriam dúvidas quanto às virtudes realistas de uma teoria que nos levasse a esperar um resultado muito diferente (Joseph A. Schumpeter).
O objetivo deste artigo é analisar a heterogeneidade e as dinâmicas das fontes de ocupação e renda das famílias rurais dos estados nordestinos durante a Grande Seca que atingiu a região (2012-2015). Para tanto, utilizou-se como referência informações obtidas a partir do processamento dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Em linhas gerais, os dados analisados mostram que, apesar dos impactos da estiagem prolongada, as áreas rurais dos estados do Nordeste não apresentaram decrescimento populacional como em épocas passadas. Esse resultado é explicado, em parte, pela diversificação das fontes de ocupação e renda das famílias rurais, que estão deixando de depender exclusivamente da agropecuária para sobreviver e se tornando cada vez mais pluriativas, não agrícolas ou, simplesmente, convertendo o campo em local de moradia. Tal processo, que apresenta dinâmicas diferenciadas entre os estados da região, tem sido facilitado no período recente pela maior sinergia entre as áreas rurais e urbanas proporcionada pela democratização dos meios de transporte e de comunicação, bem como pela rede de proteção social criada pelas políticas públicas de transferência de renda e de desenvolvimento rural.
Resumo: Os resultados do Censo Agropecuário 2017, divulgados no final de 2019 pelo IBGE, abriram os debates acerca das características e dos motivos da redução absoluta do contingente de agricultores familiares no Brasil vis-à-vis os números apresentados em 2006. Isso posto, o objetivo do presente artigo é se inserir nessa discussão e contribuir com a mesma a partir da utilização dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (de 2006 a 2015) para avaliar a evolução do número de produtores pertencentes à agricultura familiar no país. Os resultados da pesquisa revelaram que a pluriatividade se tornou, em virtude da aplicação dos critérios da Lei da Agricultura Familiar de 2006, um elemento potencial de impedimento de uma parte expressiva das famílias de contas próprias serem classificadas como agricultura familiar, o que contribui para a sua retração nas estatísticas oficiais. Por sua vez, ao lado da agricultura familiar que comercializa parte de sua produção, o trabalho mostra que uma parcela crescente da categoria se dedica a atividades produtivas para o próprio consumo, exigindo políticas públicas de inclusão produtiva e de desenvolvimento rural.
Este trabalho se propôs analisar, com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) - anos 1992-1999 e 2001 -, a participação da renda do serviço doméstico remunerado entre determinados tipos de famílias rurais pobres que apresentaram taxas de crescimento negativas nos anos 90, demonstrando que, em diversos casos, a renda do serviço doméstico explica melhor a redução da pobreza rural do que as transferências governamentais (aposentadorias e pensões). Para tanto, realizamos uma breve análise da evolução dos diferentes tipos de famílias extensas rurais (e pobres) nos anos 90, além de uma análise comparativa entre as Grandes Regiões do país no tocante às rendas média e per capita dos diferentes tipos de famílias rurais adotando como referência o ano de 2001. Além disso, procuramos mostrar que a redução de famílias pobres agrícolas se deve, neste caso, também ao fato destas estarem se tornando famílias de não-ocupados, residentes no meio rural, e não somente em virtude de êxodos agrícola (substituição de atividades agrícolas por atividades não-agrícolas) e/ou rural-urbano. Para testar estas hipóteses, adotamos como referência a linha de pobreza construída por Takagi et al (2001) - de U$ 1,08 - e a nova tipologia de famílias extensas desenvolvida pelo Projeto Rurbano.
This paper tries to analyze, based on the micro data of the Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA) - years 1992-1999 and 2001 - the share of the paid domestic service income between some types of poor rural families that presented negative growing taxes in the 90s, showing that in different cases, the paid domestic service income better explains the reduction of rural poverty than governmental transferences (retirements and pensions). We made a brief analysis of the evolution of different types of rural extensive families (and poor) in the 90s, besides a comparative analysis among the big regions of the country with respect to the average and per capita incomes of different types of rural families, adopting as reference 2001. We tried also to demonstrate that the reduction of the poor rural families is due to, in this case, because they are becoming non-occupied families, residents in the rural areas, and not only because of agricultural exodus (substitution of the agricultural activities for the non-agricultural activities) and/or rural-urban exodus. To test these hypotheses, we adopted as reference the rural poverty line created by Takagi et al (2001) - of U$ 1,08 - and the new tipology of extensive families developed by the Projeto Rurbano
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