A biografia como escrita da História é um fato. Não se discute mais se a subjetividade da narrativa biográfica a torna menos histórica. Como ressalta Alexandre Avelar, citando Borges, autora da epígrafe acima, o desafio do trabalho biográfico consiste "ao falar do seu personagem, o biógrafo, de certa forma, fala de si mesmo, projeta algo de suas emoções, de seus próprios valores e necessidades" (AVELAR, 2010, p. 170).Tendo as preocupações acima, Rafael Cupello disserta sobre a trajetória
Resumo O objetivo do texto consistiu em analisar a participação dos negociantes e traficantes de escravos do Rio de Janeiro nos “Donativos gratuitos, para as urgencias do Estado desde 31 de março até 18 de abril de 1817”, e a relação de reciprocidade entre a Corte e a classe mercantil, particularmente envolvendo a defesa dos interesses dos traficantes de escravos com a Convenção de 1817, conhecida com a Convenção Adicional ao Tratado de 22 de Janeiro de 1815, assinada entre o rei D. João VI do Reino Unido Portugal, Brasil e Algarves e Jorge III do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda. Vitoriosos na sua ação, os negociantes de grosso trato e traficantes de escravos organizaram a Praça do Comércio do Rio de Janeiro, espaço de sociabilidade, de representação e de poder, em 1820, com o patrocínio da Corte e financiamento do Banco do Brasil, e tendo D. João VI como patrono.
O trabalho tem como objetivo analisar a indústria do álcool-motor no primeiro governo Vargas, 1930-1945. A década de 1920 trouxe um agravante para a produção açucareira brasileira: a crescente e moderna produção açucareira de São Paulo. Com problemas na exportação do açúcar no mercado internacional desde o final do século XIX, a produção brasileira, até então hegemonizada por Pernambuco e Rio de Janeiro (Campos dos Goitacases), ficou limitada ao consumo interno e com a crescente produção paulista, acentuou-se a competição pelo mercado, com queda nos lucros e um maior endividamento. A crise de 1929 e a depressão mundial seguinte pioraram a situação do mercado externo e interno. Em face de tal situação, o Estado brasileiro que se instalou com o Golpe de 1930, passou a intervir em vários setores da economia. No caso específico do açúcar, com o intuito de resolver não só questão de mercado, como também na política dos grupos envolvidos (usineiros, plantadores de cana e outros), foi criada a autarquia Instituto do Açúcar e do Álcool (I.A.A.) que gradativamente, e mesmo com resistências principalmente dos usineiros, passou a intervir no setor açucareiro. Uma das soluções foi a criação da indústria álcool-motora, que produziu uma mistura carburante resultado da mistura do álcool (anidro e/ou hidratado) mais a gasolina. O álcool-motor teve uma produção crescente no período, até que eclodiu a 2ª Guerra Mundial. Em virtude dos problemas ligados ao conflito, da tecnologia e da resistência do próprio setor açucareiro, principalmente da indústria açucareira paulista, o combustível teve sua produção diminuída e, com a queda de Vargas em 1945, praticamente deixou de ser produzido, retornando somente no 2º Governo Vargas e, principalmente, com o Pró-Álcool no governo militar da década de 1970. Porém esta é outra história.
The article analyses the development of the coffee export business of the British company Edward Johnston & Co. in the years 1840-1880. Established in 1842 in the city of Rio de Janeiro, the firm's senior partner was the English merchant Edward Johnston. The departure of partners and the crisis of 1847 made Edward Johnston reorganise the firm in Brazil. In the 1850s, the company established itself as a family business based in Liverpool and then in London in the 1860s. The expansion of the coffee market in the United States made Edward Johnston create a network of firms which consolidated the company as a major exporter of Brazilian coffee by the late 1870s.
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