This article argues that Brazil went from a posture of estrangement in relation to the hemispheric project represented by the Free Trade Area of the Americas (FTAA) to a strategy of cooperative hegemony aimed at institutionalizing the South American space and increasing the costs of the FTAA for the United States. Although Brazil was initially isolated, US lack of leadership combined with events at the subregional level ended up turning the tide in the direction of Brazilian interests. These factors help to understand the current institutional configuration of South America.
Em 18 de novembro de 2013, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, fez um pouco notado discurso na Organização dos Estados Americanos (OEA) em que afirmou categoricamente que "a era da Doutrina Monroe terminou" (Keck 2013). Tal assertiva carrega consigo um peso simbólico bastante significativo do ponto de vista das relações internacionais entre Estados Unidos e seus vizinhos ao sul e traz à tona a oportunidade de um reexame desse que é um dos mais longevos princípios de política externa dos Estados Unidos.A frase que ficou conhecida na história como resumindo o espírito da chamada Doutrina Monroe -"A América para os Americanos" -ajudou a consolidar a percepção de que a referida política tinha como alvo a totalidade do continente americano. Ainda que o próprio presidente Monroe jamais tenha proferido tal frase durante o seu discurso anual ao Congresso dos Estados Unidos em 1823, considerado o marco da Doutrina Monroe, o mandatário norte-americano foi muito claro ao declarar em um determinado momento do discurso que "devemos considerar qualquer tentativa da parte deles [europeus] de estender seu sistema para qualquer parte desse hemisfério como um perigo para a nossa paz e segurança." Em 1823, é forçoso lembrar, duas circunstâncias tornavam a mensagem de Monroe particularmente interessante: o fato de os países ao sul dos Estados Unidos terem recentemente completado seu processo de independência política em relação à Europa por um lado, e as relativamente modestas forças militares norte-americanas de então por outro. A conjunção desses fatores tornava a mensagem de Monroe ao 1 Todas as traduções de citações feitas nesse artigo são de responsabilidade do autor. Esse artigo é baseado em livro do mesmo autor: TEIXEIRA, Carlos Gustavo Poggio (2012), Brazil, the United States, and the South American Subsystem. Lanham, Lexington.
IntroduçãoOs ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, quando a administração de George W. Bush não havia sequer completado seu primeiro ano, colocaram o neoconservadorismo em destaque nos debates a respeito da política externa dos Estados Unidos.No entanto, a quantidade de análises jornalísticas produzidas sobre esse tema revelou-se inversamente proporcional aos estudos acadêmicos dedicados a ele. O objetivo do presente artigo, adaptado de uma pesquisa mais ampla feita por este autor sobre o assunto 1 , é oferecer um panorama geral daquilo que se identifica como os quatro temas fundamentais de política externa do pensamento neoconservador e, dessa forma, contribuir para um melhor entendimento acerca do que, afinal, trata o neoconservadorismo.Logo, não se propõe aqui oferecer uma crítica ao neoconservadorismo, nem tampouco analisar suas conseqüências políticas, mas sim tentar apresentar qual a visão de mundo oferecida por essa corrente de pensamento, a partir do ponto de vista de seus participantes.Primeiramente, é importante destacar que, assim como em outras correntes de pensamento, não se pode atribuir àqueles identificados como neoconservadores uma coesão absoluta em termos de posições com relação à política externa dos Estados Unidos.Dessa maneira, a escolha dos tópicos apresentados nesse artigo buscou um determinado nível de generalização, visto que quanto mais se particularizarem e
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