O objetivo deste estudo é analisar o discurso de atletas e treinadores de voleibol de alto rendimento sobre o processo de migração nesta modalidade, face às diversas conquistas das seleções, a espetacularização e a atratividade despertadas por esse esporte. A metodologia utilizada é descritiva e de natureza qualitativa, utilizando um roteiro de entrevista com treinadores e atletas das equipes Unilever/RJ e RJX/RJ. Como resultado, encontramos como categorias de análise para os treinadores as discussões sobre sua necessidade de encontrar bons atletas aliada à gestão financeira. Já para os jogadores, a experiência internacional, a distância da família e ascensão financeira e profissional são fatores que os fazem imigrar. Concluímos que os obstáculos encontrados pelos envolvidos abrangem principalmente aspectos culturais, econômicos e políticos.
The purpose of this paper is to show how the phenomenon of migration in sports is affecting Brazilian football players. This paper aims to provide a theoretical and empirical analysis of the migration experience for those players and address how they construct a hybrid and ambiguous identity about themselves and their "family". Discourses on the experience of migration are fraught with cultural and political anxieties. The classic reactionary position of middle-class Western societies, where 'white' is assumed to be the norm, is to agonize over how black people can be assimilated or accommodated; how they can bring economic impetus but not tempt the racist response. Academic studies do not necessarily repeat this fretful construction, but instead focus critical insight upon the struggles of the migrant. We argue the stereotyped versions of Brazilian football players, combined with the structural opportunities, can be seen as a good contrast with other forms of sport migration
Este estudo representa uma parte de uma linha de pesquisa que investiga as relações entre Esporte e Migração. Focamos nossa investigação em jogadores brasileiros de futsal que atuam em ligas européias, principalmente em países que mantém ligas profissionais de destaque, como Portugal e Espanha. Abordamos aqui as características por vezes estereotipadas da forma brasileira de jogar, com suas habilidades e atuação em quadras estrangeiras. Estas características com relação as suas performances acabam por servir tanto aos jogadores quanto aos clubes que os contratam alimentando o interesse dos torcedores. Entrevistamos 20 jogadores brasileiros de futsal quando estes estavam em férias no Brasil, em suas cidades-natais. Focamos nosso trabalho em três questões: a) adaptação ao novo país em relação à vida social e dentro das quadras; b) questões sobre identidade, focando na possível aquisição de uma nova cidadania; c) questões sobre ordem familiar e independência financeira. As análises das entrevistas apontam para um dado positivo da experiência em países no estrangeiro, principalmente sobre a aquisição de um “estilo” europeu de jogar futsal. Encontrarmos também a questão do não-pertencimento, seus vínculos afetivos deixados no Brasil e a tentativa de formar uma poupança financeira voltada para os anos de aposentadoria. Estudos futuros podem revelar como a relação entre esporte e migração atinge uma parcela significativa de atletas brasileiros e suas conseqüências em termos sociais, econômicos e pessoais para os que partem para as quadras estrangeiras.
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