O artigo procura analisar o impacto que o encerramento de escolas unitárias e as medidas de concentração associadas (construção de centros escolares) tiveram numa zona geográfica de Portugal Continental – o Pinhal Interior Sul (PIS), território de baixa densidade e rural –, no início do século XXI. O objetivo, mobilizando um conjunto de fontes estatísticas (demográficas e educacionais) e, também, recorrendo às cartas educativas dos municípios, foi o de perceber se esse processo obedeceu a razões sociais, económicas e pedagógicas fundadas na ideia de desenvolvimento rural numa perspetiva integrada. No fundo, que visão de desenvolvimento foi difundida? Aquilo que se conclui é que não só não se inverteu o recuo do mundo rural (intensificou-se, aliás) como a tipologia centro escolar parece não ter aumentado a capacidade pedagógica das escolas.
O objetivo do presente artigo é o de analisar um conjunto de projetos de escolas primárias desenhados pelo arquiteto Raul Lino durante a I República Portuguesa (1910-1926). O que se procura demonstrar é que os projetos em causa afirmam uma vontade de mudança relativamente a anteriores programas arquitetónicos. Em causa, nesse momento histórico, um novo olhar sobre a criança e as realidades escolares e sociais; algo que tem implicações na maneira como a escola é fisicamente concebida. Nesse sentido, a reflexão organiza-se em torno de três entradas, que enquadram um conjunto de preocupações pedagógicas e sociais muito presentes no período histórico em questão: i) bem-estar físico e mental da criança; ii) "ensino intuitivo"; e iii) imagem social do professor de instrução primária. Por outro lado, no que concerne à análise dos espaços edificados, adota-se como matriz analítica: i) a sua forma ou estrutura morfológica; ii) a sua função e as atividades que neles se realizam; e iii) as relações existentes entre os diferentes espaços e as respetivas funções.
Resumo O presente estudo valoriza o projeto pedagógico como quadro de ação para os indivíduos na organização escolar. É, justamente, a essa luz que se analisa a forma como o espaço escolar é interpretado pelos utilizadores (nomeadamente, docentes), em um contexto muito específico: a Escola da Ponte (Portugal). Em um quadro de insucesso generalizado da experiência das escolas de área aberta em Portugal, aquilo que se procura demonstrar é que, no caso da Escola da Ponte, o êxito da experiência assentou no caráter inovador do projeto pedagógico (pondo em causa o DNA da organização pedagógica das escolas – a classe). A nossa interpretação, baseada no conceito de espaço como construção social, sustenta que foi, sobretudo, a consistência do projeto pedagógico e a interação entre atores e objetos da ação que determinaram a forma como o espaço foi sendo organizado; muito mais do que se tratar de um processo de indução resultante de o edifício ser de área aberta. A recolha empírica constituiu a base para conhecer o modo de apropriação do espaço pelo projeto pedagógico. Nessa ordem de ideias, foi enviado (por correio eletrônico) um inquérito através de um questionário a docentes que lecionaram na referida escola entre meados da década de 1970 e o ano de 2012. O arco cronológico tem a seguinte justificação: tratou-se do lapso de tempo que decorreu entre o início do projeto pedagógico e a transferência de instalações para um novo edifício.
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