Este artigo tem por objetivo sistematizar e analisar possíveis respostas a indagações relacionadas à experiência e à formação experiencial. A síntese e a análise desenvolvidas são orientadas por quatro questões. O que é a experiência? A experiência é formativa? Como se processa a formação experiencial? Que difi culdades estão inerentes ao estudo dos adquiridos experienciais? A emergência de políticas e práticas fundamentadas na valorização da experiência e no reconhecimento dos adquiridos experienciais contribuíram para que a questão da experiência surgisse no domínio público, registando-se uma tendência de naturalização que, progressivamente, difi culta a análise crítica destas novas práticas sociais. A investigação neste domínio revela-se imprescindível para a compreensão dos processos de formação experiencial e para consolidação de práticas de reconhecimento de adquiridos, mas também é marcada pela complexidade e especifi cidade do objeto de estudo.
ResumoNeste artigo, procura-se analisar criticamente a perspectiva política da Aprendizagem ao Longo da Vida, tendo como referência as políticas e práticas orientadas para os adultos pouco escolarizados, em Portugal. Considera-se que, contrariamente ao discurso político da Agenda Europeia e das orientações políticas nacionais, a perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida não visa uma educação para todos, nem todo o tipo de educação. A análise que se apresenta resultou de uma investigação de natureza qualitativa, que se baseou na recolha documental e estatística. Estes dados foram complementados com informação recolhida através de entrevistas, num território do sul de Portugal, composto por cinco municípios. Os dados empíricos recolhidos evidenciam que as orientações políticas referentes à perspectiva da Aprendizagem ao Longo da Vida dão lugar a práticas muito circunscritas de formação, que não atendem à riqueza e diversidade dos processos educativos e que, por esse motivo, não envolvem a globalidade dos cidadãos. A maior parte da formação realizada no território em estudo é orientada para adultos activos e baseia-se na forma escolar, o que difi culta a participação dos adultos pouco escolarizados. Palavras-chave: Educação de Adultos. Política de Educação de Adultos. Adultos não escolarizados.
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