A geomorfologia e granulometria das areias de 29 praias da Baía de Guanabara (estado do Rio de Janeiro) são aqui apresentadas para a caracterização da dinâmica praial e estabilidade sob as condições atuais do nível do mar e clima. Em um ambiente com ondas de baixa energia e de micromaré, a morfologia das praias reflete a energia das ressacas e a localização das praias em relação a entrada dessas ondas na Baía de Guanabara e como estas vão se modificando em função da batimetria e geomorfologia da baía até alcançarem as praias. Assim, que praias como a de Icaraí (Niterói) e do Flamengo (Rio de Janeiro) apresentam variações sazonais expressivas dos seus perfis topográficos e mudanças na granulometria da areia. As demais praias apresentam variações morfológicas moderadas (como Boa Viagem, Flechas e São Francisco, em Niterói; praias de Fora e Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro) ou discretas (como as praias de Charitas, Adão e Eva em Niterói; Botafogo, de Dentro e Urca, no Rio de Janeiro; as praias das Ilhas do Governador e Paquetá, Magé e São Gonçalo). As praias de Icaraí, Flechas, Boa Viagem e Flamengo são também vulneráveis as ressacas, corroborado pelo registro histórico existente. As areias predominantes são as de granulometria fina e média, porém, elas podem ser mais grossas a depender da energia das ondas, da contribuição local de afloramentos ou devido à influência humana, introduzindo no ambiente material de aterros e lixo. Um número relativamente alto de praias se encontram descaracterizadas por obras e construções dentro dos limites da faixa de areia, além de estarem degradadas e mal conservadas. As praias da Baía de Guanabara se encontram em equilíbrio com as condições atuais de nível de mar e clima. Os problemas existentes se devem às mudanças causadas pelo Homem no ambiente praial e/ou no de restinga e, a ocupação inadequada desses ambientes os quais, durante as ressacas, são vulneráveis as ondas, que podem até causar destruição dessas construções públicas ou particulares.
ResumoA restinga, vegetação predominante na planície costeira de Maricá no Estado do Rio de Janeiro, vem sendo devastada nas últimas décadas devido à ocupação desordenada que afeta os ecossistemas e altera profundamente a paisagem. Os objetivos desse trabalho estão voltados para a caracterização das comunidades vegetais da restinga na Área de Proteção Ambiental de Maricá e das espécies vegetais dominantes. Estudos dessa natureza ainda são possíveis graças à preservação desta restinga, o que permite um maior conhecimento sobre a biogeografia da região, importante para o desenvolvimento responsável e para um gerenciamento costeiro eficaz. Para isto, foram realizados trabalhos de campo para a caracterização das comunidades vegetais e das principais espécies que as constituem. Foram identificadas as espécies mais representativas de oito comunidades vegetais: halófila-psamófila, duas comunidades scrub, dois brejos herbáceos, slack, floresta seca e vegetação arbustiva nas margens da lagoa. Palavras-chave:Maricá; restinga; comunidades vegetais; planície costeira. Abstract"Restinga" is the predominant vegetation of the coastal plain of Maricá, Rio de Janeiro, Brazil. In recent decades, this area has been suffering the effects of a process of disorderly occupation, affecting ecosystems and profoundly altering the landscape. Our objective is to characterize the vegetation communities of the Environmental Protection Area of Maricá and their dominant plant species. Studies of this nature enable a better understanding of the dynamics of the region, and contribute to the sustainable development of these areas, through effective measures of integrated coastal management. It was therefore necessary to perform a survey of the species present in each vegetal community. The following vegetation communities and their dominant species were characterized: halophyte-psamophyte, two scrub communities, two herbaceous swamps, slack, dry forest and shrubland vegetation on the shores of the lagoon.
Vulnerabilidade e variações de curto prazo da praia de Itaipu (Niterói-RJ) em resposta às mudanças nas condições de mar
O presente estudo objetivou caracterizar a dinâmica e a susceptibilidade de algumas praias da Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ) às ondas de tempestades. Foram selecionadas um total de seis praias: Provetá, Lopes Mendes e Dois Rios (voltadas para o Oceano Atlântico), Grande Araçatiba, Abraão e Pouso (voltadas para o continente). Os monitoramentos foram realizados sazonalmente e foram adquiridos 72 perfis topográficos e 164 amostras de sedimentos na porção emersa e submarina das praias para análise granulométrica e morfoscopia. As praias voltadas para o oceano, como Lopes Mendes e Provetá, apresentaram maior dinâmica e vulnerabilidade às ressacas. A praia de Lopes Mendes, em especial, exibiu forte corrente de deriva litorânea e de retorno, formando canais proeminentes na porção submarina. Tempestades de maior magnitude alcançam o limite interno das praias estudadas na porção sul da ilha e removem grande quantidade de sedimentos, causando exposição de raízes e derrubando árvores; em Provetá, essas ondas também são responsáveis pela destruição de casas no limite interno da praia. As praias voltadas para o continente são menos dinâmicas, mas também se apresentam vulneráveis às ressacas, produzindo ondulações suficientemente fortes para dificultar o embarque e desembarque de passageiros nessas áreas. A dinâmica sedimentar é caracterizada pela mobilidade de materiais entre as partes emersa e submersa das praias e, no caso de Lopes Mendes e Dois Rios, ao longo das mesmas pela corrente de deriva litorânea. A granulometria e o grau de selecionamento dos sedimentos variam bastante, com o predomínio de areia quartzosa, subangular, média, fina a muito fina nas praias voltadas para o oceano, com diminuição do selecionamento do pós-praia para a face de praia; e areia quartzosa, predominantemente subangular, média, grossa e muito grossa nas praias voltadas para o continente, com variação do grau de selecionamento dessas praias.
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