A leishmaniose é uma doença tropical infecciosa negligenciada, causada por protozoários do gênero Leishmania, apresentando-se de três formas: cutânea, mucocutânea e visceral. Dentre elas, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) apresenta potencial incapacitante e impacto na qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo foi determinar a distribuição dos casos confirmados de LTA em Três Lagoas/MS entre 2007 a 2019, identificando os locais de maior incidência e pontuando possíveis fatores de risco. Foi realizado um estudo retrospectivo e observacional, com dados de LTA registrados pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica a partir da notificação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação do município. Identificaram-se 13 casos de LTA no período avaliado, sendo dois em mulheres e onze em homens. A maior prevalência ocorreu entre 26-59 anos (n = 8/13); indivíduos brancos, 61,54% (n = 8/13); com menor escolaridade, 76,92% (n = 10/13); zona urbana, 84,62% (n = 11/13) e região oeste do município 63,63% (n=7/11), indicando a presença de um ambiente favorável para multiplicação de flebotomíneos e transmissão da doença. Dez casos foram autóctones, dois importados e um não especificado. A manifestação cutânea ocorreu em 10/13 (76,92%), mucosa, 3/10 (23,08%), onde todos os indivíduos com lesão mucosa apresentavam cicatriz cutânea; evidenciando a presença da forma mucosa clássica. Para o diagnóstico da LTA, o mais utilizado foi o histopatológico (6/13). A droga mais utilizada para o tratamento da LTA foi o antimonial pentavalente, 83,33% (n=10/12); seguido pela anfotericina B, 16,66% (n=2/12). No presente estudo, foi verificado evolução para cura em oito pacientes, um óbito não relacionado à doença e os demais casos não foram especificados, podendo sugerir cura precoce ou abandono do tratamento. Apesar do pequeno número de casos, por tratar-se de uma doença endêmica na região, ressalta-se a importância do monitoramento da mesma, visando estabelecer estratégicas eficazes para o controle e combate ao parasita e seu vetor.