O presente artigo busca elucidar a trajetória das visitações às favelas da cidade do Rio de Janeiro desde o início do século XX. Com a intervenção urbana na gestão do Prefeito Pereira Passos, desenvolveu-se na cidade o que hoje denominamos favela, um conjunto de habitações insalubres, geralmente instaladas nos morros ao redor da cidade. Esse espaço, desde o seu surgimento, despertava curiosidade nos indivíduos que desejavam compreender o modo de vida nas favelas cariocas. Ao contrário do que se imagina, ou melhor, do que se reivindica na atualidade, as primeiras incursões às favelas aconteceram muito antes do advento da ECO-92, mais precisamente ainda na década de 1920. Os primeiros relatos à respeito da vida no morro vieram dos engenheiros, higienistas e cronistas. Tão logo sua fama foi se espalhando, mais visitantes ilustres apareciam, desde poetas, artistas, políticos até líderes religiosos e monarcas. O interesse pela favela, como o presente artigo elucida, é antigo e perdura até os dias de hoje. Este estudo tem por objetivo construir uma cronologia das visitações às favelas, selecionando alguns marcos através de uma pesquisa baseada em periódicos, jornais e revistas, com o intuito de registrar o caminho que resultou na consolidação do turismo organizado.
Neste artigo, com foco em experimentos etnográficos relacionados à religião em tempos de Covid-19, compartilhamos reflexões preliminares sobre arranjos e conciliações que produzem a religião vivida. Foram dois os contextos de obtenção do material apresentado: de um lado, as redes sociais e aplicativos de mensagens, recursos previamente utilizados em pesquisas etnográficas realizadas em Curitiba e no Rio de Janeiro, e, de outro, as varandas em um condomínio no subúrbio carioca. Em comum aos campos de pesquisa das três autoras destaca-se a multiplicação de práticas e a intensificação de celebrações religiosas durante a pandemia. Os experimentos demonstram, assim, possibilidades de continuidade das pesquisas antropológicas na pandemia e evidenciam que a religião próxima ao cotidiano, além de fornecer imagens e metáforas para as advertências quanto aos potenciais riscos à saúde causadas pelo Covid-19, também tem sido frequentemente mobilizada a favor da organização da experiência coletiva de quarentena, regulando horários, ativando redes de solidariedade, evocando lembranças sobre as comunidades de fé, criando licenças para escapar da rigidez do isolamento e buscando estabelecer uma ética em nome do bem comum
O presente artigo desperta uma discussão a respeito do conceito de turismo interno na atualidade. Por muito tempo, diferenciamos a prática do lazer da atividade turística tomando por base a premissa do deslocamento do seu entorno habitual. Contudo, o turismo como qualquer fenômeno, vem sofrendo mudanças constantes e se adaptando às novas demandas e expectativas sociais e de mercado. Sendo assim, nos propusemos a refletir, no presente trabalho, a respeito do consumo de tours organizados, pelos habitantes da localidade em que são ofertados. A cidade do Rio de Janeiro, considerada a história de um dos mais reconhecidos destinos da contemporaneidade, enseja um espaço amplo de discussões a respeito da atividade turística, seja pelos atrativos que oferta, pelos eventos que recebe ou pela forma como constrói e promove sua imagem. No contra fluxo das empresas de turismo da cidade do Rio de Janeiro, surgiu a Sou+Carioca para oferecer passeios guiados, pelos atrativos turísticos consagrados, aos seus residentes. Um atestado caso de sucesso que vem ganhando concorrentes e movimentando o mercado, nos levando ao seguinte questionamento: podemos fazer turismo dentro da nossa própria cidade?
O cenário político nacional de 2018 teve fortes impactos na sociabilidade da vida urbana brasileira. Neste artigo buscamos analisar o intenso processo de disputas políticas internas que ocorrem em um condomínio clube, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Tais disputas, reproduzem, em grande medida, as dinâmicas das eleições presidenciais de 2018, polarização que se tornou explícita na movimentação pela sindicatura desse espaço urbano privado. Mediante o protagonismo das mídias digitais nas relações sociais do condomínio, procura-se investigar a mobilização e a articulação dos atores políticos dessa vizinhança. Para tanto, trabalhamos com dados produzidos a partir dos grupos online, onde essas articulações políticas tomam diversas formas, expondo conflitos, fofocas e rupturas que movimentam a vida política desse espaço residencial.
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