Atualmente, os critérios para definição do material para ser utilizado no revestimento primário implicam muito mais a experiência de quem executa do que conhecimentos geotécnicos. No presente trabalho, foi realizado um estudo experimental com o objetivo de analisar dois tipos de solos com diferentes características para o possível emprego em revestimento primário. Foram realizadas coletas de amostras do subleito de uma estrada (solo 1), que é um solo residual de gnaisse, e de um solo de área de empréstimo (solo 2), residual de granito, ambas no município de Encruzilhada do Sul-RS, Brasil. Foram realizados ensaios de laboratório, tais como análise granulométrica, Limites de Atterberg (Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade), ensaios de compactação, Índice de Suporte Califórnia (ISC), também conhecido como California Bearing Ratio (CBR), e ensaios voltados à classificação MCT (Miniatura, Compactado, Tropical). Os resultados foram analisados e discutidos, e, a partir disso, foi avaliada a aptidão dos materiais para emprego no revestimento primário de estradas de terra. Concluiu-se que o solo 1 não é apto para funcionar como camada final devido a sua baixa capacidade de suporte, demandando, portanto, camada(s) de revestimento primário. O solo 2, por sua vez, é altamente recomendado como reforço do subleito, pois se enquadra no grupo de primeira prioridade com esse fim. Porém, não é recomendado como camada final de revestimento primário devido à deficiência de fração argila.