Resumo: A figura do louco, moldada como personagem causador de desordem, associada a temor e periculosidade levou à exclusão do convívio social, com expulsão de cidades e institucionalização de pessoas diagnosticadas com transtornos da mente durante a Idade Média. No século XVIII, o hospital entra como símbolo terapêutico e o médico se torna o responsável pela liberdade, tratamento e isolamento desses indivíduos. A rejeição do convívio social desses pacientes enraíza estigmas e preconceitos que são mantidos no meio médico atual e que necessitam de desconstrução na formação do estudante de medicina. O presente trabalho buscar abrir debates e reflexões de percepções de acadêmicos sobre contato e abordagem de pacientes com transtornos mentais, ensino da saúde mental, trabalho da psiquiatria, terapias integrativas e possíveis impactos na prática clínica, direcionados para melhorias na formação do ensino em saúde. Trata-se de um estudo quali-quantitativo, de abordagem empírica, associado à revisão de literatura, com seleção de 39 artigos, que focam no ensino de saúde mental. Aplicação de questionário em 133 estudantes de medicina de uma universidade privada do Rio de Janeiro, que cursavam o primeiro, sexto período do curso e internato médico. As inferências foram feitas com auxílio do Software SPSS V.16. É destacado o sentimento de medo do estudante de medicina em relação ao primeiro contato com um paciente psiquiátrico, principalmente no início do curso (p=0,000), a necessidade de ampliação do contato do estudante de medicina com a saúde mental (p=0,04), o sentimento de despreparo para atender um portador de transtorno mental, falhas no referenciamento de pacientes para acompanhamento da psiquiatria, manutenção de visão hospitalocêntrica da assistência de saúde mental, carência de conhecimento e contato com terapias integrativas. É essencial que as faculdades de medicina ampliem a carga horária de ensino e contato da saúde mental, em seus diversos campos de atuação no SUS, garantam o suporte e a humanização da assistência, para a formação do médico generalista, e amparo dos estudantes quando os mesmos adoecem.
Introdução: O trabalho dos médicos generalistas, inseridos em ações promotoras e preventivas em ambiente escolar, com a participação do aluno de medicina, contribui para a visão coletiva e integral da saude dentro da educação médica, associada a capacitação, estudo e preparo do estudante de medicina em relação a realidade da família e da comunidade, sob a ótica de relações escolares. Objetivos: debater e relatar de forma reflexiva, com base na literatura, aspectos da problemática sobre importância da educação em saúde com foco em prevenção e promoção de saúde para a formação do estudante de medicina. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, reflexiva, sobre a ampliação de espaços de educação em saude e a importância das práticas para o desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e proteção da saude, inseridas na educação médica e em atividades da atenção primária à saude. Resultados: O uso de metodologias ativas em atividades escolares abordando temas relevantes em saude, com foco preventivo e promotor de saude, possui ampla aceitação de escolares e está associado a uma maior absorção de conhecimento, ampliação do olhar sobre o processo saude-doença da população alvo e do aluno de medicina envolvido, assim como maior engajamento na manutenção desses espaços, atuando como trabalho de base e mudança de ótica da visão sobre saude e conceito de resolutividade médica. Conclusões: A educação em saúde voltada para a criança, para o adolescente e para a comunidade é uma ferramenta essencial para a prevenção de agravos à saúde desse grupo e deve ser incentivada com a criação de projetos e atividades de campo que permitam debates entre estudantes de medicina e alunos de escolas. Porém essa ação, para ter eficácia e boa receptividade, deve ocorrer com a utilização da linguagem da população alvo, realizada através de uma metodologia ativa e lúdica de ensino.
Necrotizing enterocolitis (NEC) is the clinical and surgical emergency most frequently found in neonatology with a mortality rate of approximately 50% in newborns weighing less than 1,500 grams. Corresponds to a variety degrees of ischemic necrosis of the newborn's large and small intestines. It has a poorly defined, complex and multifactorial etiology, and it's most commonly found in premature infants. Infectious agents, hypoxia and ischemia have an important role in the etiology of the disease with lesions of the intestinal mucosa triggering inflammatory reaction and necrosis, with enteral nutrition being an extremely relevant factor for the contribution of disease development. The treatment of necrotizing enterocolitis is essentially clinical, but a surgical approach can be performed in some cases of complications, as pneumoperitoneum, fixed intestinal loop on radiological examination and decline in the child's clinical general state. The present paper reports the case of a preterm newborn who developed necrotizing enterocolitis and aims to conduct a discussion associated with dialogues using the current scientific literature regarding the clinical, diagnostic and better management for the case, as well as risk factors and complications.
As transformações que impactaram a história da medicina social no Brasil através do processo da Reforma Sanitária e da Reforma Psiquiátrica, não foram suficientes para modificações eficazes no cuidado de pacientes em sofrimento psíquico. A supervalorização de condutas intervencionistas, estratificação e categorização de pessoas em doenças mentais específicas as rotulam como diferentes e alvo de estigma, marginalizando o indivíduo, agora não mais em uma instituição asilar, mas dentro da própria comunidade. Em um novo cenário, o território recebe famílias constituídas por pacientes com transtornos mentais, com histórico de internação em hospitais psiquiátricos por longos períodos, porém o medo, a dúvida e o despreparo são frequentes barreiras na coordenação do cuidado de pacientes moradores de Residências Terapêuticas. OBJETIVOS: Debater a visão do papel da medicina de família e comunidade (MFC) sobre abordagem de pacientes com transtornos mentais, egressos de instituições de longa permanência, para a reinserção na comunidade. METODOLOGIA: Revisão narrativa, utilizando a biblioteca virtual em saude. RESULTADOS: O reconhecimento da participação cidadã e da ampliação de espaço de fala e respeito ao paciente em sofrimento mental que embasou toda a Luta Antimanicomial em suas origens é um processo que permanece vivo no cenário atual. A complexidade da discussão vem da ideia de continuidade e necessidades de novas frentes de ação em relação a retrocessos de políticas que não reconhecem o diferente, a originalidade e a individualidade de pessoas em sofrimento psíquico como essenciais para a pluralidade e construção de uma sociedade justa e diversificada. É essencial a capacitação e o estudo pelo MFC, da herança e dívida histórica, da importância de um olhar diferenciado e personalizado para o cuidado desses pacientes, principalmente os egressos de instituições asilares, moradores no território em residências terapêuticas. CONCLUSÃO: O maior desafio para a MFC estaria na não segregação social ao nível comunitário de pessoas historicamente excluídas ao nível asilar, ampliando espaços de grupos e abordagens centradas na pessoa para desenvolver potencialidades destes pacientes. É necessário ampliar o preparo para acolher e permitir a reinserção do paciente em sofrimento mental ativamente em sociedade, lutando contra a quebra do estigma associado.
INTRODUÇÃO:A formação da Medicina de Família e Comunidade (MFC) possui foco na clínica associada a habilidades de comunicação. O Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) unido a Entrevista Motivacional (EM) são ferramentas para mudança de comportamento e entendimento das influências familiares, sociais e culturais na manutenção da saude. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma residente em MFC utilizando o MCCP e EM em estágios externos, fora de sua Estratégia de Saude da Família (ESF) de origem. METODOLOGIA: Estudo do tipo relato de experiência realizado durante a rotina de uma residente médica do primeiro ano em um Programa de Residência em MFC de Ribeirão Preto -SP. RESULTADOS: Durante o primeiro ano de residência médica em MFC, os estágios cenários de atuação da residente englobaram áreas de Cuidados Paliativos, realizados em um hospital de referência em serviços de enfermaria e ambulatório de Medicina Paliativa, Ginecologia e Obstetrícia ocorridos em ambulatório específico e de planejamento familiar, Saude Rural e Psiquiatria, ocorrida em unidade de emergência. Ao início das atividades teóricas do programa, realizou-se uma capacitação teórica e prática sobre o MCCP, com posterior aplicação na rotina diária na ESF de origem. A residente realizou treinamento em Entrevista Motivacional e aplicou as habilidades de comunicação em estágios fora de sua ESF, observando como tais ferramentas poderiam ser incorporadas na prática clínica em outras áreas e especialidades, buscando um olhar mais amplo, holístico, personalizado, focado em mudanças de comportamento e empoderamento do paciente na abordagem das necessidades em saude. CONCLUSÃO: O entendimento de influências de determinantes sociais em saude, complexidade de relações familiares, ecológicas, comunitárias, relações interpessoais no processo saude-doença e manutenção do equilíbrio e qualidade de vida do paciente foi necessário e constante em todos os espaços de atuação, mesmo fora da ESF de origem. Campos de estágios externos foram espaços de inserção do MCCP para um melhor direcionamento e foco na agenda do paciente, em metas de curto e médio prazo. A entrevista motivacional junto ao MCCP possibilitou o trabalho de empoderamento da pessoa, não abordada de forma passiva, mesmo em áreas chefiadas por especialistas focais.Palavras-chave: Entrevista motivacional, Medicina de família e comunidade, Saude da família, Prática generalista, Atenção primária.
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