O objetivo deste artigo é analisar os aspectos comportamentais da pandemia de COVID-19. São abordadas as variáveis que controlam o comportamento de prevenir-se. Destacam-se algumas contingências gerais, que afetam o comportamento de virtualmente todas as pessoas, bem como algumas que atingem grupos diferenciados em função de classe social, gênero e raça. O papel exercido pelas agências controladoras mídia e governo também são objeto de análise, buscando-se indicar como elas favorecem ou dificultam a instalação e manutenção de classes de comportamentos relacionadas à prevenção da COVID-19. Espera-se que, no seu conjunto, este artigo demonstre que a Análise do Comportamento tem muito a oferecer para a compreensão e enfrentamento dessa pandemia.Palavras-chave: COVID-19; pandemia; prevenção; Análise do Comportamento.
A aplicação de conhecimento derivado das ciências comportamentais para o desenho e aprimoramento de políticas públicas é uma tendência crescente em todo o mundo. Nesse contexto, nudges e paternalismo libertário concentram parte significativa das atenções, tendo moldado práticas administrativas em diversos níveis de governo. Esse texto objetiva apresentar apontamentos sobre questões emergentes envolvendo nudges e paternalismo libertário. Cinco tópicos são mais detidamente examinados, apresentando-se críticas, contra-críticas e desdobramentos conceituais: 1) a tensão entre influência e manipulação, 2) a ideia de que nudges “infantilizam” escolhedores, 3) diferenças e semelhanças entre paternalismo coercivo e paternalismo libertário, 4) sludges e auditorias de sludge, 5) a recentemente proposta ideia de auto-nudging. Ao fim, são tecidos breves comentários acerca de possibilidades e desafios para que esses tópicos – originalmente abordados pela perspectiva da economia comportamental – possam vir a ser pensados a partir de um ponto de vista analítico-comportamental.
Aproximações entre comportamentalismo radical e pragmatismo têm sido tema de estudos diversos, com focos sobre diferentes domínios filosóficos, da epistemologia à política. O presente estudo objetivou identificar afinidades e divergências epistemológicas, éticas e políticas entre essas propostas filosóficas, tendo como base a obra de dois de seus principais expoentes: R. Rorty e B. F. Skinner. O itinerário proposto envolve uma apresentação da concepção de conhecimento na perspectiva de Rorty a partir do que chama de “filosofia sem espelhos”, passando pela sua proposta de uma “ética sem princípios” e, finalmente, sua defesa da democracia e do “ironismo liberal”. Em seguida, é apresentada a perspectiva comportamentalista radical de Skinner, com sua teoria consequencialista do conhecimento, passando pela proposição de uma “heurística ética”, e, finalmente, por sua crítica à democracia liberal e defesa do controle “face a face”. À apresentação dos diferentes aspectos da obra de Skinner, seguem-se comentários que buscam relações possíveis com o neopragmatismo rortyano. Enfim, a título de considerações finais, os achados são brevemente sumarizados e comentados, concluindo-se que, apesar das afinidades relativas nos domínios epistemológico e ético, há diferenças decisivas no tocante às concepções políticas de cada autor.Palavras-chave: R. Rorty, B. F. Skinner, Pragmatismo, Neopragmatismo, Comportamentalismo radical.
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