Esta pesquisa apresenta resultados de uma investigação feita com mulheres de comunidades remanescentes de quilombos do Vale do Guaporé – RO.O objetivo foi analisar as experiências das mulheres parteiras afro-guaporenses a partir dos anos 1940, época em que a medicina oficial ainda não havia alcançado a região. O estudo foi realizado por intermédio de entrevistas e conversas formais e informais com mulheres nascidas e criadas na região guaporense, com idade entre 74 e 82 anos de idade, por meio do qual foi possível estabelecer diálogos com bases nas teorias de Michelle Perrot (2017), Schumaher & Brazil (2007), Gilberto Freyre (2006) e Maria Odaléa Bruggemann (2001). Acerca da compreensão da história regional, os estudos de Flávio Gomes (2015) e Marco Teixeira & Dante Fonseca (2001). Por meio de narrativas orais de vida de mulheres remanescentes de quilombos identificamos as práticas e os cuidados das mulheres parteiras, que, na arte de partejar apararam e salvaram vidas, além de cuidar das mulheres parturientes e dos recém-nascidos no período de resguardo, bem como, seus conhecimentos ancestrais em ervas medicinais usadas no trabalho de partejar, que, nesse contexto, se tornam relevantes para a preservação das práticas culturais das mulheres de comunidades remanescentes de quilombos no Vale do Guaporé. Desta forma, espera-se contribuir para o reconhecimento e a valorização da memória das mulheres parteiras remanescentes de quilombos, visto que as mulheres negras, camada social mais invisível da sociedade, contribuíram/contribuem de forma relevante não só nas suas comunidades remanescentes de quilombos, como também em outras localidades da região do Vale do Guaporé – comunidades indígenas, bolivianas e ribeirinhas – contudo, suas práticas foram silenciadas pela história.
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