A contínua e progressiva maturação dos sedimentos de manguezal distribuídos ao longo do estuário do rio Marapanim, costa nordeste do estado do Pará, foi descrita com base nas propriedades físico-químicas (pH, Eh e salinidade intersticial), com o objetivo de demonstrar a influência das curtas, porém marcantes, oscilações do clima nesse setor da costa paraense. Os padrões de salinidade resultaram de fluxos superficiais, concentrados por processos de evapotranspiração, diluídos pelas marés e pelas fortes e prolongadas chuvas da região. Condições redutoras (-200 < Eh < -400 mV) estabeleceram-se em terrenos mais baixos, argilosos e ricos em matéria orgânica. Em contraposição, os períodos de estiagem promoveram a oxidação e a dessecação dos sedimentos topograficamente mais elevados, originando a diminuição do pH (3,5 a 4,5) e relações inversas entre o Eh e o pH. As variações dos gradientes físico-químicos estão em estreita associação com o clima, com os ciclos das marés e com a circulação das águas intersticiais, determinando o grau de desenvolvimento e de diferenciação vertical e lateral dos sedimentos e a distribuição da vegetação no estuário.
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