Este artigo teve como objetivo compreender o lugar do homem/esposo ocupa em famílias de camadas populares, especialmente em situações em que esse homem está desprovido de seu papel tradicional de provedor econômico e é sustentado por sua esposa. Assim, busca-se entender os aspectos relacionados às masculinidades, família e seus desdobramentos em relação aos direitos humanos. Tem-se como sujeitos de pesquisa homens/esposos não provedores em grupos populares, nas comunidades de São Rafael e Padre Hildon Bandeira, ambas localizadas na região metropolitana de João Pessoa/PB. A partir desse contexto, procuramos compreender a situação vivenciada por tais homens levando em consideração a perspectiva de que os homens estão desprovidos do seu poder simbólico de provedores. Assim, buscamos observar como é vivida a masculinidade por homens nos espaços da casa e da rua. Desse modo, a observação combinada com a realização de entrevistas abertas, emergiram como um procedimento metodológico privilegiado na pesquisa antropológica. O campo empírico estudado nos indicou, por um lado, que o modelo hegemônico de masculinidade ao qual cabe ao homem ser o provedor financeiro, exerce uma forte influência como referencial/ideal, levando nossos sujeitos da pesquisa, muitas vezes, a sofrerem e envergonharem-se, escondendo a situação vivida de não serem provedores e elaborando discursos que justificam e desculpam tal ausência de poder econômico. Por outro lado, esse modelo vem atualizado em valores ligados a uma moral de homem-protetor. Vale destacar que há uma violação da dignidade humana nas questões de condições de moradia, acesso a trabalho como atividade ontológica, acesso a uma educação em e para os direitos humanos que possa desestabilizar a hierarquização entre homens e mulheres e entre os homens (masculinidade hegemônica e masculinidade subalterna) além de não promoverem a equidade entre os gêneros e uma sociedade democrática de respeito e aprendizado com as diferenças.Família. Masculinidade. Direitos Humanos.The (re)production of hegemonic masculinities: men, underprivileged families and violations of human rights.AbstractThis article had the goal of comprehend the place of the man/husband in the underprivileged families, especially in the situations where this man is unprovided of his traditional role of economic provider and he is sustained by his wife. Therefore, we intend to understand the aspects related to the masculinities, family and its development on the relation with human rights. We have as subjects of this research men/husbands non-providers in groups of townspeople of the community of São Rafael and Padre Hildon Bandeira, both located in the Metropolitan region of João Pessoa, Paraíba. From this context, we looked for comprehend the situation experienced by these men considering the perspective that the men are unprovided of their symbolic power of providers. Thus, we seek to observe how masculinity is experienced by men in the spaces of the house and the street. Thereby, an analysis combined with an edition of open interviews emerged as a privileged methodological procedure in the anthropological research. The empirical field studied indicates, in turn, that the hegemonic pattern of masculinity, that tells to men their financial provider role, have a strong influence as referential/ideal, leading these research's subjects, often, to suffer and shame on themselves, hiding their situation of non-providers and elaborating speeches that justify and apologize this absence of economic power. On the other hand, the model has been updated in values linked to a man-protector morality. It is worth emphasizing that there is a violation of human dignity in housing issues, access to work as an ontological activity, access to education and human rights that can destabilize a hierarchy between men and women and between men (hegemonic masculinity and subaltern masculinity) as well as a equity between genders and a democratic society of respect and learning with differences.Family. Masculinity. Humans Rights.
A temática da criança/infância no espaço rural vem despertando cada vez mais o interesse de pesquisadores em diversas áreas das Ciências Humanas e Sociais, dentre essas áreas podemos destacar a Sociologia, a Antropologia, a Educação, a Psicologia, a área interdisciplinar de Direitos Humanos, a História, entre outras. Nesta entrevista, realizada em 21 de abril de 2018, Kamila Karine dos Santos Wanderley nos contou de sua trajetória como professora em escolas do campo, como pesquisadora e militante dos direitos das crianças e dos adolescentes Sem Terra na Paraíba. Contou-nos sobre seu trabalho de mestrado, que teve como principais interlocutores as crianças rurais. Destacou, ainda, o lugar político ocupado pelas Crianças participantes do Movimento Sem Terra, os chamados “Sem Terrinhas”. Kamila Karine dos Santos Wanderley possui Licenciatura em História e Licenciatura em Pedagogia com aprofundamento em Educação do Campo pela Universidade Federal da Paraíba. É também especialista em História do Brasil e da Paraíba. Cursou Mestrado em Formação de Professores Universidade Estadual da Paraíba. Atua nas áreas de Educação do Campo e Extensão Rural; Formação Docente; Processo Didático/Organização do Trabalho na Escola; e Prática Pedagógica. Atualmente é articuladora Estadual do Setor de Educação do MST na Paraíba e coordenadora das turmas de educação de jovens e adultos em áreas de reforma agrária na PB.
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