O adoecimento provoca uma desorganização na vida do sujeito, gerando transformações para além do comprometimento orgânico. Diante disso, a Psicologia Hospitalar torna-se essencial para o desenvolvimento de ações de cuidado em saúde mental. Apesar de quase 20 anos de regulamentação, ainda há dificuldade na compreensão do papel deste profissional e discrepância entre sua prática e a expectativa que usuários e equipe possuem. O presente trabalho teve como objetivo conhecer a percepção de pacientes, familiares e profissionais de um hospital geral do sudoeste baiano sobre a atuação da Psicologia no contexto hospitalar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo análise documental. Os dados foram coletados através de um cartaz disponibilizado no corredor principal do hospital contendo uma pergunta mobilizadora, no intuito de que os transeuntes pudessem expor sua opinião. Foram registradas 87 respostas, agrupadas em 5 categorias, sendo elas 1) ações e intervenções atribuídas à psicologia; 2) reconhecimento e valorização do serviço; 3) ineficácia e desconhecimento do serviço no hospital; 4) religiosidade; 5) outras respostas não relacionadas a pergunta. A interpretação dos dados foi mediante a análise de conteúdo. Concluiu-se que há algum nível de compreensão acerca do papel da Psicologia hospitalar, embora existam limitações significativas que precisam ser trabalhadas.
O uso abusivo de álcool possui elevada incidência e implica em repercussões em várias esferas da vida do indivíduo, demandando intervenções psicológicas efetivas. Esse estudo objetivou a elaboração de um protocolo de atendimento psicológico direcionado a pacientes hospitalizados que fazem uso abusivo de álcool. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas com profissionais de psicologia hospitalar e observação participante com pacientes. Para interpretação dos dados, foi utilizada a Análise de Conteúdo. O processo de revisão, categorização e observação proporcionou a elaboração de 10 itens do protocolo. Os resultados evidenciaram a necessidade do psicólogo avaliar aspectos relacionados à hospitalização, às possíveis alterações psíquicas, aos riscos e danos associados ao uso, ao mapeamento das potencialidades e ao estágio de mudança do paciente. Além disso, o psicólogo pode realizar intervenções de suporte emocional ao paciente e família, bem como estratégias baseadas na atuação multiprofissional, na articulação em rede e na política de redução de danos. Conclui-se que o psicólogo hospitalar pode sistematizar e fundamentar cientificamente suas práticas voltadas aos usuários de álcool mediante o uso de protocolo, garantindo o cuidado em saúde mental a esse público no hospital geral.
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