INTRODUÇÃO: o aspecto da duração da fala tem sido investigado acusticamente por estar relacionado ao ritmo e taxa de elocução. A análise da fala de gagos tem revelado dados, por vezes, diferentes daqueles encontrados nos não-gagos, devido às perturbações temporais no controle motor da fala do gago. OBJETIVO: comparar as taxas de elocução de indivíduos com diferentes gravidades de gagueira. MÉTODO: foram selecionados seis adultos gagos, tendo dois deles gagueira de grau leve, dois de grau moderado e dois grave. As palavras "cavalo", "pipoca" e "tapete" foram introduzidas na frase-veículo "Digo...... baixinho". Cada frase foi emitida pela pesquisadora e repetida em voz alta três vezes pelos indivíduos, com gravação em computador. Foram desconsideradas as frases em que ocorreram disfluências. Posteriormente, foram realizadas as medidas de duração, no programa Praat 4.2. As frases foram divididas em segmentos delimitados por dois onsets vocálicos consecutivos, e então, foram calculadas as taxas de elocução (número de segmentos vogal-vogal dividido pela soma total da duração dos segmentos). Os dados foram analisados através de ANOVA. RESULTADOS: o grupo com gagueira de grau leve e moderado apresentou taxas de elocução semelhantes e maiores, diferenciando-se estatisticamente do grupo com gagueira grave, indicando que quanto maior a gravidade, menor a taxa de elocução. A diferença parece dever-se às dificuldades na programação motora que afetam principalmente o ritmo e a temporalidade do discurso. CONCLUSÕES: a taxa de elocução de fala fluente, durante tarefa de repetição, diferenciou os indivíduos estudados segundo a gravidade da gagueira.
RESUMO Objetivo Verificar as habilidades do processamento auditivo e a ocorrência do efeito de supressão das emissões otoacústicas em indivíduos com gagueira. Método Participaram 15 adultos com gagueira, de 18 a 40 anos, com grau de severidade variando de leve a severo, pareados por gênero, faixa etária e escolaridade com indivíduos sem queixa ou alteração de comunicação. Todos passaram por avaliação fonoaudiológica convencional, avaliação específica da gagueira, avaliação audiológica básica (audiometria, imitanciomentria e pesquisa dos reflexos acústicos) e específica (avaliação do processamento auditivo e pesquisa do efeito de supressão das emissões otoacústicas). Os dados foram submetidos à análise estatística, com aplicação do Teste Exato de Fisher e do Teste de Mann-Whitney. Resultados O grupo de gagos apresentou maior ocorrência de alterações de processamento auditivo. Os testes do processamento auditivo que diferenciaram os grupos de gagos e não gagos foram o Teste Dicótico não Verbal e o Teste Padrão de Frequência. O grupo de gagos apresentou maior ocorrência de ausência do efeito de supressão das emissões otoacústicas, indicando anormalidade do funcionamento do sistema eferente olivococlear medial. Conclusão: As habilidades do processamento auditivo investigadas neste estudo diferem indivíduos gagos e não gagos, com maior alteração nos gagos. O funcionamento do sistema eferente olivococlear medial mostrou-se deficitário nos indivíduos gagos, indicando dificuldade de discriminação auditiva, principalmente na presença de ruído.
Sources of Funding: Fapesp -Processo no. 09/54638-0 Conflict of interest: non-existent three years or more years. Persistent and transient stuttering seem to be the result of a common genetic factor. The persistent stuttering probably has additional factors that may influence recovery. Natural recovery of stuttering appears to be linked to factors such as, good performance on tests of phonology, language, non-verbal skills, have no family history of stuttering or family members who have recovered, and being female 3, 4 .The language develops quickly and an increase in the complexity and extent of emissions of children who exceed their abilities to speech production. The selection of words, phonological coding, syntactic and prosodic planning for effective emission occur when the child is just starting production of speech. There is evidence that delays in language acquisition, especially in phonological development may be associated with risk of persistent stuttering. One study found that about 30% of stutterers have an increased rate of phonological changes compared with non-stutterers, with values ranging between 2% and 6% 5 . ABSTRACTPurpose: to study the phonological development characteristics of stuttering and non-stuttering children, and to investigate possible association between stuttering and phonological processes. Methods: 20 children (10 stuttering), female and male, between 4 to 8 years old, matched by gender and age. Children in the experimental group diagnosed with Stuttering and classified to severity of disease through the Stuttering Severity Instrument-3. Those who had evidence of deafness, neurological diseases and/ or psychiatric disorders were excluded. Children in both groups underwent speech and phonology evaluations by ABFW -Child Language Test. Results: 60% of phonological processes not expected for age were observed in the experimental group. Moreover, in the control group were only 10%. Differences between groups were not statistically significant on the incidence of phonological processes. There is evidence that the group of stuttering children is more likely the presence of at least one phonological process. Conclusion: the methodology applied in the investigation of phonological processes was effective, but due to small sample not been possible to develop the issue and verify if there is a difference in performance as the stuttering children phonological processes when compared to non-stuttering.
OBJETIVO: Comparar a duração da emissão da fala fluente de adultos com diferentes graus de gagueira em tarefa de repetição de frases. MÉTODOS: Seis adultos gagos, com grau de severidade variando de leve a severo, foram pareados com indivíduos sem nenhuma alteração de linguagem. O corpus foi composto pelas palavras "cavalo", "pipoca" e " tapete", inseridas em frases-veículo "Digo......baixinho". As frases foram emitidas pela pesquisadora e repetidas três vezes pelos indivíduos. A fala foi gravada diretamente em computador, tendo sido desconsideradas as emissões disfluentes. Posteriormente, foram realizadas as medidas de duração acústica das amostras, através do programa Praat 4.3. As frases foram divididas em segmentos delimitados por dois onsets vocálicos consecutivos. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente através do Teste-t e da ANOVA (Analysis of variance). RESULTADOS: Os gagos levaram mais tempo para emitir todas as unidades estudadas, com exceção da unidade [ib]. Na comparação entre os diferentes graus de severidade da gagueira, verificou-se que os gagos leves e moderados apresentam medidas de duração semelhantes e diferentes da dos gagos severos. CONCLUSÃO: Os parâmetros acústicos de duração delimitados pela medida dos onset vocálicos demonstraram que os gagos diferem dos não-gagos, além destas medidas diferenciarem os graus de severidade da gagueira.
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