RESUMO: as atitudes em relação às pessoas com as necessidades especiais representam um dos mais importantes fatores para o sucesso da escola inclusiva. Para avaliar as atitudes do professor quanto à inclusão de portadores de paralisia cerebral (PPC), um questionário com uma escala de atitude foi aplicado em 68 professores de ensino fundamental. Foi evidenciada discordância com relação à inclusão de PPC na escola. A análise fatorial levou a seis fatores que podem explicar tais atitudes: como ensinar PPC em classes normais; sentimentos e emoções de professores na presença de PPC; contato com os PPC; o tipo de educação mais adequado para os PPC; rendimento escolar da sala de aula com a presença de um PPC; e preconceito na sala de aula. Dissonância entre as dimensões afetiva, cognitiva e denotativa das atitudes dos professores foi constatada, a discordância e a dissonância evidenciadas podem representar barreiras quanto à inclusão escolar de PPC. PALAVRAS-CHAVE: inclusão; paralisia cerebral; atitudes; professores.ABSTRACT: attitudes toward people with special needs represent one of the most important factors for the success of inclusive schooling. To evaluate teachers' attitudes toward the inclusion of individuals with cerebral palsy (ICP) in regular schools, a questionnaire with an attitude scale was applied to 68 elementary public schools teachers. Disagreement regarding school inclusion of ICPs was shown. A factor analysis led to identification of six factors that can explain such attitudes: how to teach ICPs in the regular classroom; teachers' feelings and emotions in the presence of ICPs; previous contact with the ICPs; the most adequate type of education for the ICPs; school achievement of classmates of an ICP; and prejudice in the classroom. Dissonance among affective, cognitive e denotative dimensions of the teachers' attitudes was noted; both disagreement and dissonance shown through this study may represent barriers to the inclusion of the ICPs in school.
Este trabalho objetivou explorar as representações, compartilhadas por vinte e cinco profissionais da educação da rede regular de ensino fundamental, acerca da inclusão escolar de alunos com necessidades especiais. Para tanto, priorizaram-se os sistemas conversacionais mantidos na vivência da instituição escolar durante sete meses de desenvolvimento da pesquisa. As análises das informações constataram que os aspectos implícitos da instituição escolar acerca da inclusão escolar estão atrelados a distintas representações: possibilidade de desenvolvimento educacional, espaço de socialização e práticas compensatórias. Pôde-se concluir que, enquanto não forem compreendidos as crenças, os desejos, as frustrações e os afetos dos professores quanto a sua ação profissional, eles não poderão a assumir o papel de educar todo e qualquer aluno e, dessa forma, a instituição escolar continuará reproduzindo o círculo cruel da diferenciação e exclusão dos alunos. Somente seus sentidos singulares direcionarão posturas na construção e desenvolvimento de uma escola inclusiva aos alunos indistintamente.
Subsidiada pela teoria da subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa teve como objetivo compreender as relações de subjetivação de professores no processo de inclusão escolar. Participaram do estudo três professoras, uma da educação infantil e duas do ensino fundamental, de uma escola particular da região do ABCD/SP, que tinham em suas turmas alunos com necessidades especiais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações, sistemas conversacionais e entrevistas de aprofundamento, realizadas ao longo de nove meses, tempo em que a pesquisadora permaneceu no campo. As informações acessadas foram organizadas em três eixos de análise: 1) necessidade / impossibilidade de atividades pedagógicas diferenciadas, 2) consideração / desconsideração da complexidade do desenvolvimento e 3) possibilidades reduzidas de identificação / pertença. Como resultado evidenciou-se uma relação de interdependência entre os espaços vividos pelas professoras e a configuração de sentidos em relação à inclusão. Tal constatação é indicativa da urgência de investimento na criação de condições que possibilitem aos professores se posicionar, discordar, concordar, se submeter e subverter, em um processo reflexivo sobre suas reais possibilidades de ação.
RESUMO: este trabalho teve como objetivo explorar a configuração de sentidos de um aluno portador de necessidades especiais mentais acerca do processo de inclusão escolar. Para tanto, foi participante desta pesquisa um aluno adolescente de 16 anos de idade portador de deficiência mental, matriculado na 7ª série do Ensino Fundamental da Rede Regular. Como recursos para coleta de informações o delineamento de estudo de caso mostrou-se adequado, priorizando-se os sistemas conversacionais firmados com o aluno durante sete meses. As informações obtidas foram elencadas em categorias de indicadores significativos. Pôde ser constatado que uma das maiores barreiras a ser transposta pelo aluno no processo de inclusão escolar diz respeito à organização simbólica da própria instituição escolar, que atrelada aos padrões massificadores do desenvolvimento humano, vem a se estruturar muito mais como uma prática social e compensatória do que formadora ao aluno, ao dimensionar sua diferenciação e não considerar adequadamente sua singularidade. PALAVRAS-CHAVES: subjetividade; necessidades especiais; inclusão; educação especial.ABSTRACT: this article explored the configuration of a student with mental disability's feelings during the process of school inclusion. To achieve this objective, a sixteen-year-old student with mental disability who was enrolled in the seventh grade of a public elementary school participated in this research study. The delineation of the case study was deemed adequate as a resource for collecting information. The main research procedures were conversation sessions with the student undertaken during the seven months of investigation. The information collected was listed by categories of significant indicators. The study showed that one of the greatest barriers to be overcome in this process referred to the symbolic organization of the school, which, along with the generalizing patterns of human development, comes to structure itself much more as a social and compensatory practice than one that fostered the student's preparation. This organization focuses on how different the student is, instead of appreciating his uniqueness.
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