Estudos de Psicologia I Campinas I 30(3) I 355-365 I julho -setembro 2013 ResumoEste artigo é resultado de muitas leituras, estudos, reflexões e debates de um grupo de pesquisa que toma a Psicologia Histórico--Cultural como aporte teórico e metodológico. Sua natureza é teórica, visto que decorre dos escritos de alguns de seus estudiosos para apresentar compreensões das ideias centrais de Vigotski, principal teórico da referida abordagem. Objetivamos reunir e discutir conceitos-chave desse autor, os quais se encontram dispersos em sua obra, com o intuito de apresentar suas possibilidades de interpretação e aplicação em estudo e práticas sobre o desenvolvimento humano. A complexidade da obra do autor demanda inúmeras investigações devido ao caráter dialético e complexo de suas postulações. Buscamos, assim, demonstrar neste texto a plausibilidade de sua teoria para explicar os fenômenos psicológicos, oferecendo contribuições e sugerindo ações que possam respaldar a prática do psicólogo em contextos institucionais, principalmente a escola.Unitermos: Materialismo dialético; Psicologia Histórico-Cultural; Psiquismo; Vygotsky (Lev). Abstract This article is the result of many readings, studies, reflections and debates of a research group that takes Historical-Cultural Psychology as its theoretical and methodological basis. Its nature is theoretical, in that it results from the writings of the authors of this approach and some of his researchers to present understandings of the major concepts of
Subsidiada pela teoria da subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa teve como objetivo compreender as relações de subjetivação de professores no processo de inclusão escolar. Participaram do estudo três professoras, uma da educação infantil e duas do ensino fundamental, de uma escola particular da região do ABCD/SP, que tinham em suas turmas alunos com necessidades especiais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações, sistemas conversacionais e entrevistas de aprofundamento, realizadas ao longo de nove meses, tempo em que a pesquisadora permaneceu no campo. As informações acessadas foram organizadas em três eixos de análise: 1) necessidade / impossibilidade de atividades pedagógicas diferenciadas, 2) consideração / desconsideração da complexidade do desenvolvimento e 3) possibilidades reduzidas de identificação / pertença. Como resultado evidenciou-se uma relação de interdependência entre os espaços vividos pelas professoras e a configuração de sentidos em relação à inclusão. Tal constatação é indicativa da urgência de investimento na criação de condições que possibilitem aos professores se posicionar, discordar, concordar, se submeter e subverter, em um processo reflexivo sobre suas reais possibilidades de ação.
Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi analisar os sentidos do respeito para alunos do 6° ano do ensino fundamental de uma escola pública estadual do interior de São Paulo, em que se utilizou como estratégias metodológicas a contação e produção de histórias. Trata-se, pois, de uma pesquisa-intervenção, que teve como aporte teórico-metodológico a Psicologia histórico-cultural, sobretudo o conceito de imaginação para Vigotski. Foram sujeitos da pesquisa três classes de alunos de 6º ano do ensino fundamental, com aproximadamente 30 alunos cada, com idades entre 12 e 13 anos. Realizaram-se 14 encontros com cada uma das classes, em que se desenvolveram atividades de contação de histórias seguidas de discussão, bem como de produção de histórias orais e escritas pelos alunos. As histórias envolviam temáticas de interesse dos grupos, escolhidas a partir de suas sugestões. Neste artigo, tomamos como fonte de informação apenas a produção escrita dos alunos sob a forma de histórias. Os resultados indicaram que existe uma contradição entre o investimento escolar para instituir o respeito por meio de suas regras e normas e a maneira como solucionar os problemas nas relações escolares, que valoriza a punição e pouco promove a reflexão e o diálogo. Também indicaram a percepção dos alunos de que a força física é uma forma de impor o respeito e de que existiria uma espécie de superioridade moral do sujeito pobre sobre o sujeito rico. Concluiu-se com o estudo que a maioria dos indicadores que promovem e mantém a configuração de sentidos sobre o respeito no ambiente escolar referem-se às possibilidades externas de ação/regulação do sujeito e que o poder econômico e a imposição do medo são os principais aspectos que estão na base dos sentidos de respeito para os alunos pesquisados.
Fundamentado pelos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia histórico-cultural, este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de doutorado que investigou as possibilidades de parceria entre o psicólogo e a equipe gestora de uma escola pública municipal de ensino fundamental de uma cidade do interior de São Paulo. Como procedimentos metodológicos, desenvolveram-se 23 encontros reflexivos, com periodicidade semanal, ao longo do ano de 2010, com a participação do diretor, dois vicediretores e dois orientadores pedagógicos, integrantes da equipe gestora, em que se utilizava para a promoção da reflexão, expressões artísticas de várias naturezas. Cada encontro era gravado e transcrito, resultando na produção de uma síntese, cuja leitura, feita em conjunto com o grupo no início do encontro seguinte, permitia que os gestores refletissem sobre suas falas e seus conteúdos, constituindo-se em um novo momento de reflexão. Para aprofundamento de algumas questões que emergiram dos encontros, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os sujeitos, as quais, juntamente com as 18 sínteses elaboradas e registros de encontros avaliativos, constituíram-se como fonte para nossas análises. Como resultado, evidenciou-se que a relação estabelecida entre o psicólogo e a equipe gestora caracteriza-se por tensões e contradições que impedem a legitimação da inserção do psicólogo nas escolas, ainda que nelas prevaleçam grandes demandas à atuação desse profissional. Observou-se, também, a relevância de práticas que se utilizam de mediações artísticas na promoção da tomada de consciência dos gestores.
No momento em que escrevo este editorial, o Brasil (e o mundo) atravessam um doloroso ressurgimento da Covid-19. Não refeitos dos seus múltiplos impactos negativos -especialmente em termos de saúde mental -, somos novamente chama-
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