Fundamentado pelos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia histórico-cultural, este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de doutorado que investigou as possibilidades de parceria entre o psicólogo e a equipe gestora de uma escola pública municipal de ensino fundamental de uma cidade do interior de São Paulo. Como procedimentos metodológicos, desenvolveram-se 23 encontros reflexivos, com periodicidade semanal, ao longo do ano de 2010, com a participação do diretor, dois vicediretores e dois orientadores pedagógicos, integrantes da equipe gestora, em que se utilizava para a promoção da reflexão, expressões artísticas de várias naturezas. Cada encontro era gravado e transcrito, resultando na produção de uma síntese, cuja leitura, feita em conjunto com o grupo no início do encontro seguinte, permitia que os gestores refletissem sobre suas falas e seus conteúdos, constituindo-se em um novo momento de reflexão. Para aprofundamento de algumas questões que emergiram dos encontros, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os sujeitos, as quais, juntamente com as 18 sínteses elaboradas e registros de encontros avaliativos, constituíram-se como fonte para nossas análises. Como resultado, evidenciou-se que a relação estabelecida entre o psicólogo e a equipe gestora caracteriza-se por tensões e contradições que impedem a legitimação da inserção do psicólogo nas escolas, ainda que nelas prevaleçam grandes demandas à atuação desse profissional. Observou-se, também, a relevância de práticas que se utilizam de mediações artísticas na promoção da tomada de consciência dos gestores.
Este trabalho tem o objetivo de investigar os aspectos envolvidos na constituição da identidade docente, em especial o papel da afetividade. A base de nossa investigação é a teoria histórico-cultural, em especial os pressupostos de Vigotski. A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas com professores de escolas públicas e privadas do interior de São Paulo. Suas falas estão diretamente ligadas a sentidos atribuídos à vivência docente, e esses sentidos forneceram os dados para a construção e análise do aspecto Afetividade na Escola e sua influência na construção da identidade docente. Ao analisarmos todos os relatos, podemos notar nos professores, em termos de afetividade dentro da escola, a predominância do sentimento de sofrimento, cuja base é a frustração por tantas expectativas e desejos não realizados.
Resumo Este artigo visa contribuir para a discussão e constituição de formas de atuação de psicólogas(os) na escola, que se oponham aos modelos clínicos, medicalizantes e biologizantes por vezes ainda hegemônicos. De natureza teórico-reflexiva, assume os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo os formulados por Vigotski, que vêm fundamentando investigações e atuações na área da Psicologia Escolar e Educacional Crítica, visando à superação dos desafios da Educação Básica, e que tem se objetivado por meio de práticas psicológicas dialógicas, reflexivas e integradoras do desenvolvimento humano; que consideram o contexto e as condições concretas de vida dos sujeitos compreendendo que estas ações só podem ser operacionalizadas no e com o coletivo e que a parceria com os educadores é mola propulsora dessa forma de atuação. Como formadoras e pesquisadoras na área da Psicologia Escolar, reafirmamos nosso engajamento na luta pela defesa do lugar de profissionais da Psicologia na equipe técnica da escola, e no combate a formas de atuação que tomam por base a queixa escolar centrada no aluno ou suas famílias, de modo a construir uma prática que contribua efetivamente para o desenvolvimento de todos os envolvidos no longo e complexo processo de educação escolarizada.
Este artigo apresenta reflexões de uma pesquisa de Mestrado, que investigou a compreensão de educadores de uma escola pública sobre autonomia e em que medida ver-se ou não como autônomo influencia a atuação docente. Tomou-se como aporte teórico-metodológico os pressupostos de Vigotski e da teoria da Educação Libertadora, de Paulo Freire. Como instrumentos, foram utilizados entrevistas semiestruturadas e relatos de cenas das vivências da pesquisadora nas reuniões docentes. Como resultado, constatou-se que, embora alguns professores se mostrem autorregulados, suas práticas não se caracterizam como autônomas, assim como não se percebem como sujeitos capazes de exercer a autonomia, sobretudo em decorrência das condições materiais em que exercem suas atividades. Evidenciou-se, também, que as formas como as relações se empreendem na escola, permeadas por questões burocráticas e disputa de poder, constituem-se empecilho para o desenvolvimento da autonomia e da emancipação de seus atores.
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