Este artigo discute o papel, por vezes negligenciado, da evolução técnica no que diz respeito à abordagem tanto de obras quanto de ferramentas ligadas à práxis da Literatura Eletrônica. Para tanto, dialoga com escritos sobre o tema em específico (BARNET, 2013, BARNET; ELDREDGE, 2004, ELDREDGE, 2011) para apontar a possibilidade de uma forma mensurável de aferição dessa evolução e de suas etapas ao longo do tempo por meio da observação da Lei de Moore (MOORE, 1965). A partir daí, tomando como exemplo o software de escrita hipertextual Storyspace (BOLTER; JOYCE, 1987), propõe conceitos tais quais os de contexto tecno-histórico e tecnoanacronia e discute o passível risco que se incorre quando da não-observância de suas premissas durante o exercício crítico acerca dos objetos tecnológicos.
O presente artigo revisita e discute o início da Literatura Eletrônica estadunidense a partir do nascimento da Ficção Interativa nos anos 1970. Na esteira, segue até a década de 1980 para avaliar os impactos da revolução informática no fazer literário, assim como o surgimento de um maior interesse teórico-crítico nas relações entre literatura e tecnologia. Para tanto, apresenta o surgimento dessa área de estudo através da história do subgênero Hiperficção a partir do programa de criação textual Storyspace (1987), criado por Michael Joyce e Jay Bolter, sua aquisição pela Eastgate Systems e o surgimento, como resultado, do único corpus literário coeso e reconhecido do gênero. Por fim, este estudo expõe e analisa a relação entre a Ficção Interativa e a Hiperficção no interstício em que se deu o declínio da primeira e a ascensão da segunda, na busca de entender seus motivos e impactos no cenário da Literatura Eletrônica.
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