Este trabalho descreveu o processo de sucessão da vegetação em regeneração natural de uma área de floresta suprimida para introdução da bananicultura na Estação Ecológica Juréia-Itatins após oito anos de abandono das atividades agrícolas. Foram efetuados os levantamentos florísticos e fitossociológicos em cinco parcelas de 10 x 25 m, onde todos os indivíduos de porte arbustivo-arbóreo ≥ 1 m de altura foram coletados e registrados a altura e perímetro das plantas e as espécies foram classificadas em síndromes de dispersão e grupos sucessionais. A estrutura da floresta foi analisada por meio dos parâmetros fitossociológicos usuais, índice de diversidade de Shannon (H’) e equabilidade (J’). Foram amostrados 1.440 indivíduos de 149 espécies e 59 famílias,sendo Melastomataceae (29), Myrtaceae (15), Fabaceae (10) e Rubiaceae (9) as famílias de maior riqueza, predominando espécies pioneiras e secundárias iniciais (36,91%) e zoocóricas (54,36%). As espécies com os maiores valores de cobertura foram Tibouchina pulchra, Leandra variabilis, Miconia cinnamomifolia e Piptocarpha macropoda. L. variabilis apresentou maior densidade absoluta (2.568 ind./ha) e relativa (24,21%). T. pulchra apresentou a maior dominância absoluta e relativa, com 10,04 m²/ha e 37,72%, respectivamente. Na estrutura da floresta, destacaram-se as espécies pioneiras. A diversidade (H’ = 3,330 nat. ind-1) e equabilidade (J’ = 0,666) obtidas são equivalentes a áreas de mesma idade. A regeneração natural é uma forma promissora de recuperação ambiental em condições semelhantes, pois permite a formação de uma floresta secundária com elevada riqueza de espécies e densidade de indivíduos, além de erradicar de 91,93 a 100% das bananeiras anteriormente introduzidas.
Dedico este trabalho a meus pais Aparecida e Abidias, que sempre incentivaram o estudo em casa, pois sabiam que a educação seria a melhor forma de progredir na vida. A minha mulher Cristiane pelo companheirismo, confiança e paciência, e aos meus filhos queridos Luiza e Davi pelas recepções carinhosas após períodos de ausência... EPÍGRAFE "A Natureza fez tudo a nosso favor, nós porém pouco ou nada temos feito a favor da natureza [....] Nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado destruidor da ignorância e do egoísmo. Nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar do tempo faltarão as chuvas fecundantes que favoreçam a vegetação e alimentem nossas fontes e rios, sem o que o nosso belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos paramos e desertos áridos da Líbia. Virá então este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos".
Este trabalho teve como objetivo levantar a composição florística das espécies vasculares do Setor Paranapuã do Parque Estadual Xixová-Japuí, considerado um dos mais bem preservados fragmentos de Mata Atlântica da Baixada Santista, englobando uma série de ambientes como florestas de encosta, vegetação de restinga, costões rochosos e praias arenosas, em uma região com alta especulação imobiliária. Foram levantadas 13 espécies de pteridófitas e 312 de fanerógamas, distribuídas em 85 famílias e 220 gêneros, havendo o predomínio do porte arbóreo, com 175 espécies, das quais 112 são árvores. As espécies Erythroxylum catharinense Amaral e Beilschmiedia fluminensis Kosterm são citadas pela primeira vez para o Estado de São Paulo. Das espécies levantadas na área nove estão ameaçadas de extinção (Euterpe edulis, Tabebuia cassinoides, Protium kleinii, Swartzia flaemingii, Lobelia anceps, Ocotea odorifera, Hibiscus bifurcatus, Brosimum glaziovii e Pharus latifolius).
Erythroxylum catharinense Amaral é uma espécie nativa da mata pluvial de encosta atlântica que foi recentemente registrada na restinga da praia de Paranapuã sob as coordenadas geográficas 23º 58’ 51” S e 46º 22’ 52” W, no município de São Vicente, Estado de São Paulo, Brasil. Em função disso, este trabalho apresenta a atualização taxonômica da espécie com a descrição da planta, ilustração botânica e a alteração da chave de identificação do gênero Erythroxylum para o Estado de São Paulo, além de considerações sobre a distribuição geográfica da espécie.
Florestas secundárias estão seriamente ameaçadas pela expansão urbana na região metropolitana. Alguns remanescentes são protegidos, principalmente em parques estaduais e municipais, mas a maioria dessas florestas está sob risco de supressão pela contínua expansão de áreas urbanas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a composição florística do componente arbóreo de trecho de floresta, em estágio médio a avançado de regeneração no Parque Estadual da Cantareira, São Paulo (SP). Foram realizadas caminhadas nos traçados antigo e novo da Linha de Transmissão Guarulhos–Anhanguera, num total aproximado de 11 km de extensão. A amostragem foi realizada no período de 2006 a 2010. No levantamento florístico, foram identificadas 179 espécies, pertencentes a 54 famílias e 127 gêneros. As famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae (19 espécies), Myrtaceae (18), Lauraceae (16) e Rubiaceae (15) e os gêneros mais ricos, Ocotea e Myrcia (6), Eugenia (5) e Maytenus, Mollinedia e Nectandra com quatro espécies cada. Foram registradas dez espécies consideradas ameaçadas de extinção, sendo quatro espécies na lista de São Paulo e seis na lista da IUCN. Uma delas, Mollinedia oligotricha, é considerada presumivelmente extinta. A similaridade florística encontrada com outros remanescentes florestais da Região Metropolitana de São Paulo e arredores variou entre 11% a 38%. Florestas secundárias apresentam uma considerável riqueza de espécies, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Foram discutidas as pressões incidentes sobre esses remanescentes florestais, bem como possíveis estratégias para a sua conservação.
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