Resumo Este artigo inspira-se nos resultados de uma pesquisa de tipo etnográfico sobre indisciplina e violência no espaço escolar, realizada em uma escola pública da rede municipal paulistana.2 Trata-se de um estudo de caso em que nos propusemos a examinar as formas encontradas pela escola, nos dias atuais, para lidar com esses fenômenos, os quais têm se tornado objeto frequente de queixas escolares e adquirido relativo destaque nas pesquisas e publicações da área. O objetivo foi identificar os fatores capazes de produzir a disciplina e minimizar a violência, bem como obter mais clareza sobre os processos por meio dos quais essa ordem pode ser produzida. Inventariamos as ações e intervenções pedagógicas que propiciaram a transformação de uma instituição que se caracterizava por altos índices de violência e de indisciplina em uma escola que, em um período de cinco anos, passou a ser considerada pela comunidade escolar como de alto prestígio. A atenção às necessidades dos diferentes segmentos escolares, o trabalho coletivo e solidário, a organização curricular e o apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem contribuíram para que as desigualdades sociais não se convertessem em desvantagens escolares. Os resultados da investigação são acompanhados de reflexões teóricas, que procuram traduzir o que conseguimos captar no estudo em termos mais abrangentes.
Resumo Este artigo apresenta parte dos resultados de um estudo etnográfico que analisa as interfaces de gênero na indisciplina de crianças na faixa etária de 11 e 12 anos. Observamos que, embora os comportamentos disruptivos sejam protagonizados mais frequentemente pelos meninos, as meninas também transgridem as regras do jogo pedagógico, mas o fazem de maneira mais discreta e de acordo com formas incorporadas da estrutura da ordem escolar. Os resultados indicam que as noções de gênero e as formas de masculinidade e feminilidade orientam o comportamento de meninos e meninas, bem como interferem na percepção e, consequentemente, na maneira como os docentes lidam com a indisciplina na sala de aula, tendo como resultado a sustentação de divisões binárias de gênero.
Neste artigo, apresentamos alguns resultados de um estudo etnográfico sobre a indisciplina na sala de aula, analisando mais especificamente a ocorrência observada entre a conduta disciplinar dos alunos e suas chances de reprovação. Analisamos essa ocorrência numa perspectiva que combina variáveis sociológicas clássicas, como sexo/gênero, classe social e cor/raça dos estudantes com outras mais específicas do contexto escolar, como o clima disciplinar e a relação professor-aluno. Problematizamos a natureza do processo de interação social na sala de aula, que tende a verificar aos estudantes do sexo masculino maior propensão às condutas disciplinares divergentes, ao mesmo tempo em que supõe ser natural às meninas a receber das formas criadas da ordem escolar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.