Este artigo é recorte de uma tese e tem como objetivo analisar se o curso de formação de professores de matemática de um instituto federal corrobora com a proposta da Educação Inclusiva. Para tanto, foi utilizado os dados sociodemográficos e laborais obtidos na pesquisa de Doutorado para identificar o perfil profissional desses docente e verificar suas impressões sobre o conhecimento das políticas de Educação Inclusiva na formação docente.
A presente pesquisa objetiva-se investigar e compreender como os materiais didáticos adaptados e mediados pela professora de Matemática, conjuntamente com o processo cognitivo da atenção podem potencializar o aprendizado de estudantes com cegueira. Para a execução desta pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, tendo como colaboradora uma estudante cega do Instituto Federal do Acre - IFAC. Como referencial teórico utilizou-se Lorenzato (2009), por abordar a importância dos materiais didáticos no ensino de Matemática; Bandeira (2015), por utilizar recursos didáticos adaptáveis para ensinar conceitos matemáticos no Ensino Médio para ensinar estudantes com cegueira e Cosenza e Guerra (2011), que mostram a importância do fenômeno da atenção e como sua compreensão pode contribuir para a consolidação da aprendizagem e outros. Como produto educacional foram construídos materiais didáticos estáticos e dinâmicos: o primeiro e segundo, intitulado de Relações Trigonométricas Adaptadas (RTA e RTA1) e o terceiro, Figuras Geométricas Planas Adaptadas (FGPA). Ambos decorreram da necessidade da estudante cega, sendo importante destacar o foco da atenção para as adaptações necessárias à potencialização do aprendizado da estudante. Para o professor, destaca-se a importância de mediar a explicação dos conceitos matemáticos com a utilização desses materiais de ensino e da Neurociência aplicados à Educação Matemática, com destaque no tato (lobo parietal) e na audição (lobo temporal). Os resultados revelam que através dos materiais didáticos adaptados e dos conhecimentos sobre atenção é possível potencializar a aprendizagem de Matemática envolvendo alunos cegos de maneira eficaz com a intervenção, sempre que necessária, da professora regente, destacando as regiões parietais e temporais para o aprendizado da estudante cega. Entretanto, é fundamental fornecer o tempo necessário para que a mesma possa ler o texto em braile, interpretar, identificar as formas em alto relevo e assimilar o conteúdo proposto. Vale destacar que o tempo para os cegos é diferente e o material em braile é mais extenso, portanto, requer do professor uma nova metodologia de aprender para poder ensinar. Para o professor de Matemática faz-se necessário construir saberes sobre a Tecnologia Assistiva (TA) para incluir a estudante cega nas suas aulas, iniciando pela escrita (com a reglete e o punção) e leitura em braile, saber adaptar materiais didáticos com texturas diferentes, oferecendo fácil manuseio e fidelidade ao modelo original planejado pela professora, além de significação tátil, segurança, tamanho adequado e principalmente, fazer uso do material construído para ensinar conteúdos de Matemática.
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