ResumoObjetivo: O objetivo desta revisão é apresentar de forma prática alguns aspectos importantes da toxoplasmose adquirida na prática clínica do pediatra.Métodos: Foram revistos todos os artigos publicados nos últimos dez anos e indexados no Index Medicus nessa última década, cujo assunto era toxoplasmose adquirida. De cada artigo foram selecionados, de modo crítico, aspectos de interesse para a prática pediátrica.Resultados: Descrevemos no artigo aspectos de epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e prevenção da toxoplasmose adquirida.Conclusão: O conhecimento dos aspectos descritos neste artigo facilita o manejo de casos clínicos que possam ter entre as suspeitas diagnósticas a toxoplasmose adquirida. AbstractObjective: The aim of this review is to present some important aspects of acquired toxoplasmosis to the pediatric practitioner.Method: All the articles about acquired toxoplasmosis published during the last decade and indexed in the Index Medicus were revised. From each one, interesting aspects were critically selected.Results: We describe aspects of the epidemiology, pathogenesis, clinical manifestations, diagnosis, treatment and prevention related to acquired toxoplasmosis.Conclusion: The content of this article may facilitate the management of patients suspected of having acquired toxoplasmosis. IntroduçãoToxoplasmose é uma zoonose descrita em todo o mundo, causada pelo Toxoplasma gondii, que é um protozoário, parasita intracelular, responsável por infecção em seres humanos e em alguns animais herbívoros, carnívoros e onívoros. O gato é o hospedeiro definitivo. Na espécie humana, a toxoplasmose adquirida na vida pós-natal, também chamada simplesmente de toxoplasmose adquirida 1 , apresenta um curso benigno, até mesmo assintomático, na grande maioria dos hospedeiros imunocompetentes. No entanto, a evolução latente ou crônica dessa infecção, devido à persistência do T. gondii na forma de cisto, pode apresentar reativação no curso de imunossupressão.O T. gondii apresenta-se em várias formas na natureza: o oocisto é o resultado do ciclo sexual que ocorre no intestino delgado dos gatos e contém os esporozoitos; o taquizoito é a forma assexuada invasiva; e o cisto contém os bradizoitos capazes de persistir nos tecidos durante a fase latente da infecção. O oocisto é excretado junto com as fezes dos gatos e pode persistir viável por até 18 meses em solo úmido, representando uma fonte potencial de infecção; requer a esporulação para ter poder infectante. Esta ocorre em 2 a 3 dias em temperatura ambiental de 24 o C, ou em 14 a 21 dias em temperatura ambiental de 11 o C e não ocorre em temperaturas acima de 37 o C ou abaixo de 4 o C. O taquizoito é visto na fase aguda da infecção e pode invadir todas as células dos mamíferos, que se tornam hospedeiros intermediários por acometimento intracelular obrigatório. Quando ocorre lise da célula por excesso de taquizoitos, estes são destruídos pelo sistema imune do hospedeiro através da resposta humoral ativada pelo sistema complemento. ...
ResumoObjetivos: descrever resistência antimicrobiana e sorotipos de cepas de pneumococo.Métodos: durante 57 meses, foi conduzida uma vigilância de cepas invasivas de pneumococo de pacientes com idade <20 anos. O pneumococo foi identificado pelos testes de solubilidade da bile e optoquina. A resistência à penicilina foi avaliada com o disco de oxacilina (1µg) e, para as cepas não suscetíveis, foi determinada a concentração inibitória mínima. Provas de difusão de disco e de microdiluição em placa foram utilizadas para avaliação da resistência a outros antimicrobianos. Reação de Neufeld-Quellung foi realizada para sorotipagem.Resultados: dos 70 pacientes, 57,1% eram do sexo masculino. A mediana da idade foi 1,92 anos (média 3,19 + 3,66 anos, variando de um mês a 19,5 anos), tendo 52,9% e 81,4% dos pacientes idade <2 anos e <5 anos, respectivamente. As cepas foram isoladas do sangue (91,4%), liquor (2,9%), líquidos pleural (2,9%), peritonial (1,4%) ou de abscesso (1,4%), de pacientes com pneumonia (77,1%), febre sem sinais localizatórios (10,0%), meningite (4,3%) e outros diagnósticos (8,6%). Resistência foi detectada à penicilina (20,0%), ao sulfametoxazol-trimetoprim (65,7%), à tetraciclina (21,4%), à ofloxacina (6,3%), à eritromicina (5,7%) e à clindamicina (2,9%). Não houve resistência ao cloranfenicol ou à vancomicina. Entre as cepas não suscetíveis à penicilina, resistência absoluta foi detectada em uma, a mesma que apresentou resistência intermediária à cefotaxima. Os sorotipos mais freqüentes foram: 14 (22,9%), 5 e 6A (10,0% cada), 6B e 19F (8,6% cada), 9V, 18C e 23F (5,7% cada). Das cepas resistentes à penicilina, 71,4% pertenciam ao sorotipo 14, 14,3% aos sorotipos 6B e 19F (cada).Conclusões: das 70 cepas, 67,2% têm sorotipos incluídos na vacina pneumocócica heptavalente conjugada, assim como estão incluídos todos os sorotipos que apresentaram resistência à penicilina.J Pediatr (Rio J) 2003;79(3):209-14: Streptococcus pneumoniae, resistência antimicrobiana, sorotipos, doença invasiva, criança, adolescente. AbstractObjectives: describe the antimicrobial resistance and serotype distribution of pneumococcal strains.Methods: in a 57-month period, a laboratory-based surveillance of invasive pneumococcal strains from patients aged < 20 years was conducted. Pneumococcus was identified by means of tests for solubility in bile and optochin. Pneumococcal resistance to penicillin was screened by 1µg oxacillin disc and minimal inhibitory concentration was determined for the strains not susceptible to penicillin. Disc diffusion and broth microdilution methods were used for surveillance of resistance to other antimicrobials. Pneumococci were serotyped by means of the Neufeld-Quellung reactions.Results: of 70 patients, 57.1% were males. The mean age was 1.92 yrs (mean 3.19 + 3.66 yrs, range 1 month to 19.5 yrs); 52.9% and 81.4% were < 2 yrs and < 5 yrs, respectively. The strains were isolated from blood (91.4%), CSF (2.9%), pleural (2.9%), peritoneal (1.4%) and abscess (1.4%) fluids from patients with pneumonia (77.1%),...
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