Considerando que o risco de adoecimento por tuberculose (TB) é maior em grupos mais vulneráveis, tais como a população indígena, este estudo teve como objetivo comparar o perfil dos casos notificados de TB na população indígena e não indígena em Rondônia, no período entre 2015 e 2020. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, realizado de forma transversal e com abordagem quantitativa, a partir do levantamento das variáveis sociodemográficas e clínicas dos registros dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Considerou-se como critério de inclusão idade igual ou superior a 18 anos, e como critérios de exclusão os registros de pessoas que residiam em outros estados e com raça/cor ignorada ou em branco. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, teste qui-quadrado e teste exato de Fisher no software Statistic 13.4, da TIBCO, considerando nível de significância de 5%, após atender aos preceitos éticos. Verificou-se significância estatística em relação às variáveis sexo (p = 0,034), escolaridade (p = 0,000), zona de residência (p = 0,000), aids (p = 0,011), alcoolismo (p = 0,038), uso de drogas ilícitas (p = 0,008), tabagismo (p = 0,003), teste de sensibilidade (p = 0,047), HIV (p = 0,002), tratamento diretamente observado (p = 0,000), contatos examinados (p = 0,000) e situação de encerramento (p = 0,035). Diante dos achados, foi possível identificar a diferença no perfil entre indígenas e não indígenas com TB, cujas particularidades do processo saúde-doença exigem capacitação profissional, trabalho em equipe, ações intersetoriais e melhorias na comunicação, inclusive no registro dos dados, para a continuidade da assistência e o fortalecimento das linhas de cuidado.