A urbanização e as mudanças na dinâmica de uso da terra a ela atreladas são, por vezes, berço de conflitos que emergem tanto de divergências legais quanto das distintas visões e vivências que se têm da paisagem e dos diferentes significados a esta atribuídos pelos agentes que a modelam. A sub-bacia do ribeirão Chico de Paulo (Jaraguá do Sul – SC), inserida em um expressivo vetor de expansão urbana, foi palco do presente estudo, que tem como objetivo analisar como as diversas percepções da paisagem interferem na ocupação do meio e no maior ou menor grau de conservação do ambiente físico-natural, em especial dos cursos d’água. O trabalho, embasado em entrevistas semi-estruturadas realizadas com empreendedores imobiliários, com um representante do poder público municipal e com os distintos grupos sociais que habitam a sub-bacia, analisa como os olhares diferenciados se refletem na degradação ou na preservação do sistema de drenagem e na ocupação das áreas sujeitas a inundações. Conclui-se que as conotações e os tratamentos divergentes atribuídos aos mesmos elementos hídricos, expressos através de visões que os enaltecem ou os reduzem, são fatores decisivos na preservação/conservação/utilização dos cursos d’água e influenciam diretamente a fixação de edificações em áreas de risco.
Como compreender o processo de urbanização, nos mais variados contextos, a partir da relação intrínseca entre práticas socioespaciais, projeto urbano e espaço público? Uma resposta vem sendo delineada a partir de uma pesquisa desenvolvida na capital moçambicana, cujo objeto são os espaços públicos em sua pluralidade. Através de uma abordagem decolonial e de uma metodologia exploratória, objetiva-se demonstrar como o pensar sobre a cidade, bem como a consequente prática projetual, precisa ampliar referenciais, teorias e métodos, rumo a uma contextualização e a um reconhecimento das particularidades de cada território. A pluralidade de espaços apropriados para a vida em público e as diferentes formas de vivência nesse espaço têm demonstrado, em Maputo, que novos referenciais, mais vinculados às dimensões do local, são necessários para a formação de um pensamento urbano condizente com as especificidades do chamado Sul global.Palavras-chave: espaço público, urbanização, decolonialidade, Maputo. Linha de investigação: Cidade e Projeto. Tópico: História urbana e história do urbanismo.
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