O presente ensaio visa discutir o processo de formação de identidades em contexto de cristianismos originários no interior do mundo romano. Para tanto, cumpre perceber de que forma as interações entre agentes históricos e cultura na qual estavam inseridos moldam os resultados e estratégias de processos comunicativos. Neste ensaio, as cartas de Cícero e Paulo são consideradas como potentes instrumentos que revelam relações de poder e construção de identidades em seus respectivos tempos e espaços.
Temática de reflexões constantes em outros trabalhos e estudos publicados, o tema da memória e suas relações entre passado e presente sempre provoca releituras dos textos antigos em nossas discussões acadêmicas. Analisar o tempo presente de uma comunidade por trás de um documento antigo é, de igual forma, sempre desafiador. No entanto, no texto atual (Evangelho de Marcos), quando analisadas à luz de conceitos heurísticos – como o de memória, por exemplo – há indícios bastante eficazes na proposição de novas percepções acerca da interação constante entre memórias pretéritas e construções de memória no tempo presente (do texto que tem sido analisado). Novos horizontes se abrem no campo de estudos sobre os textos que compõem o Novo Testamento quando se dialoga com a psicologia e com as pesquisas sobre memória. Nesse sentido, esse trabalho aplica o postulado de D. L. Schacter acerca das adaptações que se realizam nas lembranças do passado para que estas atendam às necessidades do presente ao evangelho de Marcos. Conclui-se que o autor do referido evangelho reescreveu as tradições recebidas de forma que elas respondessem a questões que se lhes faziam no presente.
TestamentoO trabalho tem por objetivo analisar, a partir da literatura, cultura e práticas mágicas no Mundo Antigo, a inserção das comunidades cristãs nesse ambiente vital, no geral e, da comunidade de Gálatas, no particular. O objetivo é, através da transdisciplinaridade (teologia, história, antropologia e arqueologia) reconstruir o contexto mágico originário da comunidade gálata, entender as tensões em seu interior e perceber que implicações existem em vincular essa comunidade com o ambiente da magia. O elemento mágico observado é a crença e prática do mau-olhado (baskaíno) que, por conta de processos históricos, como o Iluminismo Europeu, foi obscurecido nas modernas traduções bíblicas e comentários exegéticos. Desvelar, pois, esse "filtro de leitura" construído pela Modernidade, consiste em redimensionar as frágeis fronteiras entre magia (primitivo) e religião (civilizado), de acordo com a leitura racionalista do século XIX em diante.
Resumo: O que o presente texto defende é que o conceito fundamental para se falar de homens divinos que conhecem e manipulam as forças (dýnamis) cósmicas é o poder (dýnamis). É bastante evidente que na bacia mediterrânica a associação entre pessoas (homens divinos, magos, etc.) e poder (dýnamis) conformou um imaginário da magia. É exatamente essa associação que tornou conhecido o homem divino. Talvez por isso o Evangelho de João tenha evitado o seu uso. A advertência, aqui, é para que seja dada a devida atenção antes de se harmonizar a visão dos sinóticos quanto a suas respectivas compreensões de sēmĕîon, ĕrgŏn, tĕras e dýnamis, de um lado, e a visão joanina de sēmĕîon e ĕrgŏn, por outro. Uma vez posta a advertência sobre o risco da harmonização no emprego dos termos e seus respectivos significados e consequências, observada há séculos pela tradição cristã, torna-se imperioso analisar que papel o conceito de poder desempenha na questão semântica e, por conseguinte, na sua importância para a compreensão das experiências místicas mediterrânicas, no geral, e paleocristãs, em particular. Abstract:What this article argues and intends is that the fundamental concept to speak of divine men who know and manipulate the cosmic forces (dýnamis) is the power (dýnamis). It is quite evident that in the Mediterranean basin the association between people (divine men, magicians, etc.) and power (dýnamis) conformed an imaginary of magic. It is precisely this association that made the divine man known. Maybe that's why Gospel of John has avoided its use. The warning here is to give due consideration to the synoptic view of their respective understandings of sēmĕîon, ĕrgŏn, tĕras and dýnamis, on the one hand, and the Johannine vision of sēmĕîon and ĕrgŏn, on the other. Once the warning about the risk of harmonization in the use of the terms and their respective meanings and consequences observed centuries ago of Christian tradition, it is imperative to analyze what role the concept of power plays in the semantic question and, therefore, in its importance for the understanding of Mediterranean mystic experiences in general and paleochristians in particular.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.