O objetivo deste trabalho é, mediante uma abordagem teórica, trazer para discussão a importância da Educação Ambiental sob o enfoque interdisciplinar nos contextos educativos, a sua contribuição para a sensibilização do ser humano como integrante do sistema ecológico e, ainda, tratar o tema de forma sistêmica, sob a ótica do conjunto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030. Quanto ao método utilizado na presente pesquisa, afirma-se ser o indutivo, uma vez que, a partir da relação entre enunciados básicos particulares, permite chegar a uma conclusão geral. A dimensão ambiental se configura como uma questão que diz respeito a um conjunto de atores do universo educativo, pedagógico e substancial, que potencializa o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, necessários para promover o debate e a busca por resultados, constituindo, dessa forma, a Educação Ambiental como uma ação transformadora e um instrumento para o desenvolvimento sustentável.
O tema central do presente ensaio versa sobre a Mudança Climática e seu impacto na agricultura e pecuária brasileira e argentina, especialmente no que respeita a geopolítica da mudança climática e a produção de alimentos. Tomando como metodologia de trabalho a análise crítica de documentos e legislações que dão o suporte ao atual modelo de desenvolvimento da agricultura e pecuária, nos monocultivos de grande extensão, com o objetivo de compreender o alcance da adoção de práticas voltadas para a produtividade de quantitativos e o abandono da dimensão qualitativa do modelo de desenvolvimento. O enfoque da sustentabilidade emerge no texto como princípio norteador da análise e como objetivo a ser buscado e trabalhado como resultado de práticas que devem ser implementadas como condição sine qua non, para a mitigação dos impactos da mudança climática e processos de adaptação. As possíveis conclusões apontam para a necessidade de mudanças na racionalidade econômica e adoção de práticas identificadas com a racionalidade ambiental, que primem por atender as necessidades alimentares da região, comprometidas com o bem estar das gerações presentes e futuras, promovendo sustentabilidade.
A crise ambiental atual impõe questionamentos à racionalidade expressa no modelo de desenvolvimento orientado para a produção e consumo de bens. O consumo sustentável exige a adoção de práticas que transcendam as dimensões pessoais, articulem iniciativas coletivas através de grupos sociais, organizações da sociedade civil e políticas públicas. Temas como equidade, ética, educação ambiental, responsabilidade socioambiental, cidadania, fazem emergir um novo ator social promotor de mudanças em busca da sustentabilidade. Os desafios éticos exigem uma aliança global e intergeracional, como condição fundamental para a garantia do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
A Educação Ambiental, aliada às práticas investigativas, pode ser inserida na formação continuada dos docentes das redes de ensino. O relato apresenta uma reflexão sobre atividades desenvolvidas num programa de formação continuada de professores, a qual oportunizou momentos de discussão e ressignificação das atividades pedagógicas a partir de palestras interativas e práticas com trilha ecológica. Neste sentido, a escola contribui para o enfrentamento do desafio político-ético da Educação Ambiental frente à urgente necessidade de construção de uma sociedade mais justa e ecologicamente equilibrada, alicerçada no conhecimento e no exercício da cidadania que culmina com o cumprimento do acordo global da Agenda 2030.
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