Resumo: Partindo de considerações sobre por que ler os clássicos, refletimos sobre o lugar do leitor nos tempos atuais, buscando problematizar o seguinte: quem é o leitor de hoje? Partimos da definição de leitor incomum, sustentada por parâmetros inscritos no século XVIII, confrontando-a com as características do leitor do século XXI, atingido por uma pandemia que o isola. Usamos a experiência do grupo de leitura intitulado “Lendo os clássicos em voz alta” e a análise de relatos dos participantes para entender em que medida a leitura em voz alta é capaz de construir um novo leitor, um leitor de 2020.
Este artigo contém um estudo sobre o Salão UFRGS Jovem, evento de divulgação científica destinado à apresentação de pesquisas elaboradas por estudantes de todas as etapas do ensino básico de escolas públicas e privadas da região metropolitana de Porto Alegre. O objetivo da investigação empreendida foi descrever e analisar as pesquisas selecionadas para apresentação nesse evento entre os anos de 2017 e 2019. A pesquisa de caráter quantitativo-qualitativo explorou, a partir de estudo de caso, dados referentes aos trabalhos aprovados nesse evento, no recorte temporal referido, por meio de análise documental. A coleta de dados das fontes documentais se deu pela busca de informações relativas à instituição que promove o Salão UFRGS Jovem em um site de acesso público. Os resultados obtidos indicam, entre outras conclusões, que: (a) 20,5% dos trabalhos aceitos foram oriundos de escolas públicas, contra 79,5% de escolas privadas; (b) das dez instituições com maior número de trabalhos selecionados, duas foram de escolas públicas (20%), uma da rede estadual e outra da rede federal, e oito foram de instituições privadas de ensino (80%); (c) houve mais trabalhos selecionados entre estudantes do ensino médio (39,9%) e das séries finais do ensino fundamental (38,5%); (d) houve distribuição desigual dos trabalhos entre as áreas do conhecimento, pois as Ciências da Natureza concentrou 50,9% dos trabalhos selecionados. Acredita-se que essas considerações possam fomentar significativas discussões e importantes reflexões a respeito desse relevante evento de iniciação científica destinado aos estudantes da escola básica, sobretudo nos aspectos concernentes aos resultados obtidos nesta análise.
Este artigo trata de uma pesquisa qualitativa cujo objetivo foi investigar as estratégias de mediação de leitura literária utilizadas em um grupo de leitura em voz alta realizado na modalidade remota, via plataforma on-line. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa-ação e a geração de dados deu-se por meio de observação participante, realizada em quinze encontros do grupo, que se reuniu semanalmente para a leitura da obra "Senhor das Moscas". A mediação foi realizada por dois estudantes de Letras, bolsistas de pesquisa, no grupo constituído por vinte estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, oriundos de diferentes escolas da região metropolitana de Porto Alegre. As estratégias de mediação identificadas foram classificadas da seguinte maneira: a) organização do fluxo de ideias; b) perguntas direcionadas; c) explicação de aspectos; d) valoração dos comentários dos participantes. Compreendendo a necessidade de pensar metodologias alternativas de ensino de literatura em sala de aula ouem espaços criados para leitura, observou-se, no estudo, que essas diferentes estratégias de mediação identificadas se mostraram pertinentes para instigar a criatividade, o pensamento crítico dos participantes e seu interesse na leitura.
Este artigo apresenta um estudo que investigou por que o aluno da Educação Básica busca escrever sobre o que está distante quando há o que dizer sobre o que só ele pode contar. Para tanto, oferecemos uma disciplina a alunos do Ensino Médio de uma escola pública em caráter eletivo. Os textos seguiram a proposta de Guedes (2009), que utiliza qualidades discursivas no exercício da produção e da análise textuais. A metodologia de pesquisa utilizada é a pesquisa-ação. A análise aponta que uma disciplina eletiva é insuficiente para resultados relevantes à construção da subjetividade; porém foi possível assinalar aspectos importantes relacionados à produção guiada pelas qualidades discursivas e pela leitura pública.
Desde que o livro Hamlet, a mais longa e uma das mais conhecidas obras de William Shakespeare, foi publicado e encenado, temos vários registros de pesquisas sobre a loucura de Ofélia e de Hamlet. E é sobre a loucura do último que versa o presente ensaio. Faz-se necessário esclarecer que não há intenção alguma de criticar a genialidade da peça de Shakespeare. Além disso, é importante salientar que o presente ensaio tem o intuito de fazer uma leitura contemporânea da obra; ai nal, as doenças citadas ao longo deste texto não eram ainda reconhecidas na época em que a peça foi escrita.Shakespeare recorria bastante à questão do sobrenatural, porém sempre deixava pequenas brechas ou incertezas nas peças, para que o leitor ou espectador pudesse se divertir sozinho em seus pensamentos, como em Sonhos de uma noite de verão, em que se vê uma aventura mágica vivida pelas personagens durante uma noite, e, no dia seguinte, quando todos acordam, nenhum deles entende se tudo de fato aconteceu ou se foi um sonho. Em Hamlet, ele não fez diferente: apresenta-nos um personagem descontrolado, que 'i nge' ser louco. Cabe retomar, aqui, que este ensaio faz uma leitura atual e realista 2 2 da obra, assim sendo, pode-se observar que o príncipe Hamlet, por várias vezes, mostra sinais de loucura, mesmo repetindo que tudo é apenas uma farsa, uma parte de seu plano de vingança. Essa farsa, aliás, tem início porque um fantasma o orientou a agir de tal modo, o que pode ser tratado como insanidade, visto que não há evidências de que fantasmas existem. Além do mais, é comum que uma pessoa fora de si ai rme e insista, pelo tempo que for, que tem plena consciência de seus atos.O príncipe recebe a notícia de que o fantasma de seu pai vaga ainda pelo castelo na primeira cena. Portanto não é o único a vê-lo, mas podemos descartar, logo em seguida, a hipótese do sobrenatural. Explico: histórias como estas (em que se enxergam assombrações) sempre foram muito comuns. Na situação em que todos se encontravam -tensos pela recente e inesperada morte do rei -, é muito fácil e completamente normal criar histórias e ver coisas, tudo pela ansiedade e pelo medo do desconhecido. Hamlet é o único que conversa com o fantasma do rei, o qual o orienta a se vingar do assassino, e é nesse momento, logo no início da história, que notamos o primeiro traço da esquizofrenia sofrida pelo príncipe: escutar voz de comando.No decorrer da peça, Hamlet mostra-se agressivo e continua tendo alucinações. Ele também demonstra sofrer do Complexo de Édipo 3 3 , complexo que voltou provavelmente após a morte do rei, pois, enquanto seu pai estava vivo, Hamlet apenas espelhava-se nele; e, depois de sua morte, o príncipe sente que deve substituí-lo e se apaixona pela própria mãe, exatamente como Freud descreve o complexo.Na cena IV do terceiro ato, temos o ápice da loucura do protagonista. É quando tudo se une: surto psicótico (alucinações visuais e auditivas, agressividade, medo, sensação de estar sendo controlado); e o personagem evidencia o Complexo de Édipo, porque age como se sua mãe...
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