RESUMOOs resultados do primeiro inventário botânico detalhado da região do Parque Estadual Cristalino, Mato Grosso, Brasil, são apresentados, incluindo uma lista de espécies. Um total de 1366 espécies de plantas vasculares distribuídas em 626 gêneros e 151 famílias foram registradas. As famílias com maior número de espécies foram Leguminosae, Rubiaceae, Melastomataceae, Malvaceae sensu lato e Moraceae. A flora inclui pelo menos sete novas espécies e diversos endemismos da região da Serra do Cachimbo, assim como muitos registros novos para o estado e alguns novos para o Brasil. Mais estudos provavelmente irão incrementar o número de espécies de forma significativa. Apesar da região apresentar uma diversidade alfa relativamente baixa em comparação a outras regiões já estudadas na Amazônia, a sua grande heterogeneidade de fitofisionomias é refletida numa elevada diversidade beta. Levando em conta esta riqueza biológica, situação importante mas ainda pouco estudada da margem ecotonal da Amazônia meridional, e sua posição estratégica com relação ao avanço sul-norte do deflorestamento, a região do Cristalino ocupa alta prioridade em termos de conservação. PALAVRAS-CHAVE: florística, inventário, Amazônia, Rio Cristalino, conservação Vascular plants from the Parque Estadual Cristalino, Northern Mato Grosso, Brazil ABSTRACTThe results of the first detailed botanical inventory in the region of the Cristalino State Park, Mato Grosso, Brazil, are presented, including an annotated checklist. A total of 1366 species of vascular plants, representing 626 genera and 151 families, were recorded. The most species-diverse families included Leguminosae, Rubiaceae, Melastomataceae, Malvaceae (sens. lat.) and Moraceae. The flora includes at least seven new species and several endemics from the Serra do Cachimbo, as well as many new records for the State of Mato Grosso and several for Brazil. Further studies are likely to increase the number of species significantly. The region does not show high alpha-diversity by Amazonian standards but is ecologically diverse, resulting in high levels of beta-diversity. Considering this biological richness, its situation within the important yet relatively poorly studied ecotone of the Amazonian margin, and its strategic position at the advancing frontier of deforestation pushing northwards into the basin, Cristalino is a high priority for conservation.
Maior grupo de plantas do mundo, as angiospermas, também tratadas como divisão Magnoliophyta, têm seu nome derivado do grego angio = urna e sperma = semente. Esses termos juntos fazem alusão à presença do fruto envolvendo as sementes. Além da presença de carpelos desenvolvidos protegendo as sementes, há uma série de apomorfi as defi nindo o grupo, tais como o desenvolvimento de ápice caulinar com túnica-corpo em duas camadas, estômatos com as bordas das células-guarda no mesmo nível do poro, fl ores perfeitas (bissexuadas), óvulos marginais, anátropos, bitegumentados e tegumentos com duas a três células de espessura, pólen bicelular ou eventualmente tricelular no momento da liberação da antera, presença de sifonogamia, tubo crivado (fl oema) alongado com paredes de calose, dupla fecundação e endosperma triploide e celular (APG III 2009). Muitas dessas sinapomorfi as experimentam modifi cações de forma independente, ao longo dos grandes clados das angiospermas (ex. posição dos óvulos, confi guração das fl ores). Com o incremento dos estudos morfoanatômicos e ontogenéticos em grupos sabidamente basais na fi logenia das angiospermas, algumas das sinapomorfi as supracitadas têm sido melhor entendidas. Williams & Friedman (2004) mostraram que o típico gametófi to feminino do grupo, com sete células em dois módulos (micropilar e calazar), originando endosperma triploide, deve ter surgido apenas no ancestral comum do clado formado pelas monocotiledôneas + magnoliídeas + eudicotiledôneas. Isso porque nas linhagens mais basais, Nymphaeales e Austrobaileyales, o gametófi to feminino tem apenas quatro células organizadas em um só módulo (micropilar), não havendo ainda diferenciação de antípodas, e, assim, essas plantas produzem endosperma diploide na semente. Dois grandes grupos de angiospermas, dicotiledôneas e monocotiledôneas, foram reconhecidos desde 1798 por Jussieu (Lawrence 1951), que organizou as plantas em famílias, a categoria básica utilizada na classifi cação até a atualidade. Cronquist (1981), procurando retratar as afi nidades evolutivas dos grupos de angiospermas, manteve as dicotiledôneas e monocotiledôneas em nível de classe, divididas em subclasses, respectivamente Magnoliopsida (divididas em seis subclasses) e Liliopsida (com cinco subclasses). Com o advento da sistemática fi logenética, já em 1978 Bremer & Wanntorp alertavam os botânicos para o fato de que as classes e subclasses reconhecidas em angiospermas e mesmo grupos menores na hierarquia não seriam monofi léticos. Contudo, na academia e na prática a classifi cação proposta por Arthur Cronquist e outros sistemas gradistas ou evolutivos persistiram dominando até meados da década de 1990. Tampouco tiveram o impacto e a aceitação que certamente mereciam as análises as angiospermas do Brasil rafaela C. Forzza, José Fernando a. Baumgratz, andrea Costa, mike Hopkins, paula m. leitman, lucia g. lohmann, gustavo martinelli, marli p. morim, marcus a. nadruz Coelho, ariane l. peixoto, José rubens pirani, luciano p. Queiroz, João renato stehmann, Bruno m. t. ...
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