RESUMOA partir da perspectiva da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento, discursivamente apresentada como um processo de parceria entre países semiperiféricos e periféricos para fins de vantagens mútuas, o presente artigo, de natureza teórica, tem por objetivo provocar a reflexão acerca dos termos em que está se dando a cooperação entre o Brasil e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs). Para tal, apresenta os projetos e investimentos realizados pelo Brasil, nos últimos doze anos, no conjunto dos PALOPs, notadamente na área de educação, com destaque para os atores por eles responsáveis. Os dados coletados revelam que 77,45% dos projetos de cooperação brasileira na África estão sendo realizados nesses países e que a área da educação é que mais está recebendo recursos (15,53%), alocados, principalmente, em formação profissional, alfabetização e formulação de políticas públicas para a educação. A conclusão a que se chega é que o direcionamento das ações de cooperação está em consonância com objetivos e estratégias da Política Externa Brasileira (PEB), refletindo tanto os objetivos de natureza política e econômica almejados pelo país quanto as questões de natureza cultural referentes à proximidade linguística e à matriz colonial comum ao Brasil e aos referidos países lusófonos. Palavras-chave: Cooperação Sul-Sul; Educação; Brasil; PALOPs. ABSTRACT From the perspective of South-South cooperation for development, discursively presented as a partnership process between peripheral and semi-peripheral countries for mutual benefit, this paper, theoretical, aims to provoke reflection about the terms on which are giving cooperation between Brazil and African Countries of Portuguese Official Language (PALOP). For such, it presents the projects and investments in Brazil over the last twelve years, in all the
Este trabalho configura-se como um relato da experiência de efetivação do Programa Mulheres SIM, um programa de extensão do Instituto Federal de Santa Catarina, no Presídio Regional de Caçador, localizado no município de Caçador, na região meio-oeste de Santa Catarina. O Programa Mulheres SIM foi criado, em 2014, para atender mulheres em situação de vulnerabilidade social, e dividiu-se em três projetos: Curso FIC (Formação Inicial e Continuada) Educação e Gênero; Feira de Economia Solidária e Avaliação das Egressas. Em 2015, uma nova versão do Programa foi implementada, a qual dividiu-se em quatro projetos: Curso FIC Geração de Renda, Tecnologia e Valorização do Trabalho Feminino; Ciclo de Oficinas; Feira de Economia Solidária e Avaliação das Egressas. Inseriu-se o Projeto Ciclo de Oficinas mediante a necessidade de complementar a formação destas mulheres. O objetivo deste trabalho, portanto, é relatar esta experiência, à luz do processo de construção de saberes que permeia toda a lógica do programa. O relato foi conduzido com base na abordagem qualitativa e configura-se, em termos metodológicos, como um estudo de caso. Este trabalho apresenta sucintamente a experiência do Programa e traz reflexões acerca do processo de construção de saberes, que coloca em confronto saberes técnicos científicos e saberes não científicos ou populares. Tomando por base, o baixo nível de formação de algumas das alunas que frequentaram o Programa, mas os inúmeros saberes populares compartilhados por elas ao longo das aulas e oficinas. A experiência possibilitou refletir sobre tais questões e sobre a relação aluna-professor neste processo, ao reconhecer que ensinar é possibilitar o aprendizado das alunas, mas, ao mesmo tempo, uma possibilidade do professor reconstruir conceitos e preconceitos.
O presente ensaio teórico discute a natureza das relações entre países no sistema internacional e suas respectivas implicações para a gestão de programas e projetos no campo da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID), à luz dos postulados e princípios da gestão social. Parte-se do postulado que as ações de CID implicam processos de gestão e são influenciadas pela representação que o país doador faz do desenvolvimento, assim como pelas motivações que o levam a cooperar. A ciência da administração e, em particular a gestão social, tem muito a aportar para a compreensão dos resultados e revisão das práticas de gestão que acompanham as ações realizadas no campo da CID. A prática de impor e sobrevalorizar "saberes técnicos", em detrimento dos "saberes locais", técnicos e não técnicos, considerados inferiores, tem induzido a resultados desastrosos em termos políticos, econômicos e sociais. INTRODUÇÃOO presente ensaio teórico discute a natureza das relações entre países no sistema internacional e suas respectivas implicações para a gestão de programas e projetos no campo da cooperação internacional para o desenvolvimento. Parte-se do postulado que as ações de cooperação internacional implicam processos de gestão e são influenciadas pela representação que o país doador faz do desenvolvimento, assim como pelas motivações que o levam a cooperar.Uma primeira aproximação permite descrever o campo da cooperação internacional para o desenvolvimento como um espaço de disputas entre os Estados, que, no período pós Guerra Fria, têm buscado consolidar sua posição política via o emprego de poder simbólico. A ciência da administração e, em particular, a gestão social, tem muito a aportar para a compreensão dos resultados das ações realizadas sob a lógica supra referida, uma vez que se dedica a estudar e a compreender as relações de poder.No tradicional modelo de cooperação internacional Norte-Sul, para a aplicação dos programas e projetos nos países receptores, cria-se uma interface de atuação entre os operadores do desenvolvimento, provenientes de países centrais, e as populações-alvo, oriundas de países semiperiféricos e periféricos. Nesse âmbito, instauram-se tentativas de transferên-cia de "saber-fazer", processo através do qual conjuntos de saberes, técnicos (oriundos de um sistema de saberes técnico-científicos cosmopolita e de origem ocidental) e populares (técnicos e não técnicos) (Sardan, 1995), com suas respectivas significações, geralmente, entram em confronto.É por meio da imposição dos saberes científicos, tomados como verdade absoluta, que os países centrais exercem sua dominação sobre os países periféricos, sob a justificativa de cooperar para o desenvolvimento destes países. Todavia, com o avanço da globalização e o reordenamento do sistema internacional, os países semiperiféricos e periféricos, com
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