INTRODUÇÃO:Em 2020, a OMS decretou a pandemia Covid-19 e sugeriu ações que buscavam a diminuição da curva epidemiológica, como o "isolamento social", que recomendaram o fechamento de escolas e o uso de recursos digitais para o ensino remoto como alternativa para evitar a descontinuidade da aprendizagem. Iniciou-se um período de intensificação de muitos desafios já presentes no cenário educacional brasileiro. Foi necessário replanejar estratégias de envolvimento e participação dos estudantes durante as aulas. OBJETIVO: Segundo uma proposta crítica, pretendeuse estimular o diálogo, a passagem da curiosidade ingênua a científica e a participação ativa em sociedade. METODOLOGIA: Utilizou-se a roda de conversa como estratégia de engajamento de estudantes na discussão sobre o tema "petróleo" a partir de uma perspectiva interdisciplinar relacionando Química, Geografia e História. Essa prática foi desenvolvida durante o período pandêmico, em turmas do 2º ano, para a abordagem sobre os compostos orgânicos. RESULTADOS: Os estudantes assistiram a dois vídeos disponíveis em canais de divulgação científica que tratavam do tema energia e propusessem temas para um debate. Após analisar as sugestões, percebeu-se que havia a curiosidade pelo tema petróleo a partir de diferentes perspectivas. Propôs-se aos estudantes uma roda de conversa, como atividade eletiva. Os professores de Química, Geografia e História participaram realizando uma fala breve sobre o tema e depois discutiram as questões previamente preparadas pelos estudantes. O protagonismo juvenil esteve presente na escolha do tema, na preparação das questões a serem discutidas e durante a própria roda de conversa. CONCLUSÃO: A contextualização do tema, a apropriação de conhecimentos específicos de diferentes áreas/disciplinas, a construção de conhecimento e argumentação a partir do diálogo (entre pares e professores) e as propostas de resolução e minimização de questões próximas à realidade vivenciada por cada estudante foram observadas durante a realização da atividade proposta.
Este artigo apresenta achados de pesquisa com licenciandos em uma instituição pública de referência no Rio de Janeiro sobre relações entre tecnologias digitais e Educação em Química, considerando os objetivos de formação crítica e participação ativa em sociedade. Recorreu-se a referenciais de Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) e de abordagens críticas da tecnologia nas discussões do que foi identificado. Em síntese, a análise de conteúdo das entrevistas sugere que os licenciandos vivem tensões entre uma “educação bancária” e crítica durante sua formação, não experenciaram uma formação para a cidadania e participação ativa como compromisso da Educação em Química e os recursos digitais são pouco problematizados.
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