A Moacir Gadotti, homem de luta e esperança, por sua vida dedicada à Educação emancipadora e à construção de uma sociedade de caráter planetário. A João de Sá Carvalho Batista, que frequentou a primeira disciplina do doutorado no útero e fez aniversário no mês de entrega deste trabalho (janeiro). A Henrique de Paula Batista, pelo caminhar junto; sem seu amor, tudo seria mais difícil.
RESUMO: O movimento dos Recursos Educacionais Abertos (REA) já completou mais de 15 anos. No Brasil, em particular, o sucesso do movimento pode ser ilustrado com a inclusão de REA no Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024. Porém, o documento apresenta esses recursos como uma categoria de tecnologias educacionais, posicionadas no texto como ferramentas ou artefatos neutros. Este artigo examina tal posicionamento a partir de uma discussão de REA em uma perspectiva que destaca questões históricas, políticas e ideológicas. Reitera-se a ideia de que a espinhosa relação entre a educação e a tecnologia requer análises que destaquem aspectos contextuais e considerem relações com o tempo presente e a história.
Palavras-chave:Recursos educacionais abertos. Educação aberta. Tecnologia educacional. Crítica.
Open educational resources as educational technologies: critical thoughtsABSTRACT: The Open Educational Resources (OER) movement is now more than 15 years old. In Brazil the movement's success can be illustrated with the inclusion of OER in the 2014-2024 National Education Plan. However, the document places these resources as a category of educational technologies, regarded as tools or neutral artefacts. This article examines this positioning based on a discussion about OER from a perspective that highlights historical, political, and ideological issues. The text reiterates the idea that the thorny relationship between education and technology requires analyses that highlight contextual aspects and considers relations with present time and history.
É difícil prever o futuro da educação brasileira, mas a presença cada vez mais marcante das tecnologias digitais em contextos educacionais parece ser uma tendência irrefreável. Proliferam novas siglas, acrônimos e rótulos apresentados como novidades, mas que, frequentemente, apenas reciclam velhas ideias. Enquanto a expansão da indústria que fornece artefatos digitais para fins supostamente educacionais se dá com o respaldo de políticas de fomento à inovação, as discussões pertinentes são predominantemente maniqueístas e marcadas por juízos de valor fortemente afetivos. Nesse contexto, para que seja possível enfrentarem-se condições possivelmente adversas aos valores de uma educação focalizada na formação de cidadãos críticos, é preciso desafiar essa polarização. Baseado em estudos críticos e na experiência docente dos autores, este ensaio discute recursos e estratégias pedagógicas que visam a resistir às resistências fundadas em concepções simplistas da relação educação-tecnologia.
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