Estudo de coorte sobre a mortalidade neonatal na pesquisa Nascer no Brasil, com entrevista e avaliação de prontuários de 23.940 puérperas entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012. Utilizou-se modelagem hierarquizada para análise dos potenciais fatores de risco para o óbito neonatal. A taxa de mortalidade foi 11,1 por mil; maior nas regiões Norte e Nordeste e nas classes sociais mais baixas. O baixo peso ao nascer, o risco gestacional e condições do recém-nascido foram os principais fatores associados ao óbito neonatal. A inadequação do pré-natal e da atenção ao parto indicaram qualidade não satisfatória da assistência. A peregrinação de gestantes para o parto e o nascimento de crianças com peso < 1.500g em hospital sem UTI neonatal demonstraram lacunas na organização da rede de saúde. Óbitos de recém-nascidos a termo por asfixia intraparto e por prematuridade tardia expressam a evitabilidade dos óbitos. A qualificação da atenção, em especial da assistência hospitalar ao parto se configura como foco prioritário para maiores avanços nas políticas públicas de redução das taxas e das desigualdades na mortalidade infantil no Brasil.
As causas mal definidas de morte refletem problemas de acesso aos serviços de saúde e de qualidade da assistência médica, e indicam precariedade no registro de dados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Selecionou-se uma amostra de municípios na Macrorregião Nordeste de Minas Gerais, Brasil, com o objetivo de investigar as mortes por causas mal definidas e os óbitos não notificados ao SIM em 2007, por meio do método da autópsia verbal. Esse método possibilitou esclarecer 87% das causas dos óbitos investigados, das quais 17% (n = 37) eram por causas violentas. Ao final do estudo, dentre os 779 investigados, 9,5% (n = 74) eram óbitos por causa externa encontrados fora do SIM. A distribuição por causas foi semelhante entre os óbitos notificados e não notificados ao SIM para as causas naturais, mas diferente quando incluídas as causas externas. Conclui-se que a investigação de óbitos com a metodologia da autópsia verbal pode ser um instrumento de grande valia para o aprimoramento do SIM no estado possibilitando o esclarecimento das causas de morte e também quanto à cobertura dos eventos.
BackgroundThe Mortality Information System (MIS) in Brazil records mortality data in hospitals and civil registries with the responsibility of compiling underlying cause of death. Despite continuous improvements in the MIS, some areas still maintain a high proportion of deaths assigned to ill-defined causes. Deaths coded to this category have most likely been considered as miscoded deaths from communicable and noncommunicable diseases. However, some local studies have provided evidence of underreporting of injury in Brazil. The aim of this study was to investigate ill-defined causes of death using the verbal autopsy (VA) method to estimate injury-specific mortality fraction in small municipalities in northeastern Minas Gerais, Brazil.MethodsA sample size of reported death certificates with ill-defined conditions in a random sample of 10 municipalities was obtained, and then trained interviewers questioned family members using a standardized VA questionnaire to elicit information on symptoms experienced by the deceased before death. All attempts were made to collect existing information about the disease or death using health facilities records. Probable causes of death were assigned by a physician after review of the completed questionnaires following rules of the 10th revision of the International Classification of Diseases (ICD-10).ResultsOf 202 eligible ill-defined deaths, 151 were investigated using the VA methodology, and 12.6% had injury as the underlying cause of death. The proportional mortality fraction from injury among all causes of death increases from 4.4% to 8.2% after investigation. Different specific injury category causes were observed between recorded injury causes and those detected by VA. Drowning was the top specific injury cause detected after investigation.ConclusionsThis study provides evidence that the use of VA in the investigation of registered ill-defined conditions in an existing MIS can furnish information on the relevance of injury as a priority health problem in small municipalities of Minas Gerais. Local research with VA should be brought to the attention of regional health policymakers to improve the quality of data for their planning.
INTRODUÇÃO: Os óbitos neonatais precoces estão relacionados com problemas de acesso à assistência de qualidade ao pré-natal, ao parto hospitalar e ao recém-nascido. Os hospitais em Minas Gerais estão distribuídos de forma heterogênea e isto pode se refletir em diferentes níveis de mortalidade neonatal (MN) entre as regiões do Estado. OBJETIVO: Investigar a MN precoce hospitalar no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) e avaliar possível associação da taxa de mortalidade neonatal precoce obtida a partir do SIH/SUS (TMNP_SIH), com variáveis relativas ao atendimento à gestante e ao recém-nascido em estratos de municípios homogêneos. MÉTODO: Utilizou-se o SIH/SUS para obter o número de nascimentos e óbitos segundo o município de residência. Os municípios foram agrupados segundo microrregião e tamanho populacional, totalizando 199 grupamentos. O método CART (Classification and Regression Tree) identificou três estratos de grupamentos de municípios homogêneos do ponto de vista socioeconômico. Para cada estrato utilizou-se a matriz de correlação de Spearman para avaliar associação entre a TMNP e indicadores da assistência. RESULTADOS: A TMNP_SIH para Minas Gerais foi de 10,9/1000 nascidos vivos. Observou-se maior probabilidade de TMNP_SIH menor que 8/1000 nascidos vivos onde a situação socioeconômica é mais precária. Observou-se correlação positiva entre TMNP_SIH e berços por mulher em idade fértil e baixo peso ao nascer no Estrato 1, e entre TMNP_SIH e médicos por habitante no Estrato 3. CONCLUSÃO: Questões relativas ao acesso à assistência, sub-registro de óbitos e erro de classificação de neomorto como natimorto podem estar se refletindo na TMNP_SIH. O volume de nascimentos e óbitos registrados no SIH/SUS justifica investimentos na qualidade desses registros e sua utilização em estudos epidemiológicos.
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