Este artigo apresenta um recorte de uma pesquisa de pós-doutorado que teve como objeto de estudo a história de vida de Jusamara Souza com o campo da educação musical e seus desafios epistemológicos. Tomei como um dos objetivos da pesquisa: dar visibilidade às histórias de vida profissional de uma educadora musical que faz parte da história da educação musical no Brasil pelas suas compreensões sobre como o campo da educação musical vem se configurando. Tomei como pressupostos teóricos e metodológicos a sua história de vida, que permite construir a expressão biográfica de uma vida privada, e a sua passagem para uma vida social por meio da produção do conhecimento, entrelaçada com os efeitos do vivido. Seus feitos retratam o modo como ela foi se constituindo como uma das referências na área da educação musical brasileira.
Este artigo é o resultado de uma pesquisa de mestrado concluída que buscou compreender, por meio das narrativas, como as crianças dos anos iniciais veem as aulas de música nas Escolas Parque de Brasília. Baseado nos estudos da Sociologia da Infância de Manoel Sarmento, a pesquisa utiliza os conceitos da criança como ator social e culturas da infância. A metodologia empregada consiste no método (auto)biográfico cujas fontes são as narrativas infantis. Como instrumento de coleta de informações, optamos pelas Rodas de Conversa. Diante dos pequenos enredos construídos com as crianças colaboradoras da pesquisa, compreendemos com suas narrativas o tipo de escola e aula de música desejados: uma escola divertida, que acolhe, ensina musicalmente e constrói valores para a vida. As narrativas infantis escutadas poderão gerar um novo modo de ouvir histórias produzidas no espaço escolar com crianças e com músicas. Isso possibilita que ideias, proposições e, quem sabe, conceitos e princípios possam emergir conhecimentos gerados a partir das narrativas infantis.
Este artigo tem como objetivo içar a dialética da musicobiografização como intriga narrativa entre o campo da pesquisa (auto)biográfica e da educação musical, de forma ensaística. Numa filosofia da ipseidade, a posse de um termo nocional – musicobiografização – não é o que importa e sim o engendramento da narrativa como uma dialética do entre, encontrando a cumplicidade desse movimento (auto)biográfico na área da educação musical no Brasil. Nesse momento adâmico, em que estamos dando nome aos conceitos que dialogam com o campo da Pesquisa Autobiográfica e da Educação Musical, a tese aqui defendida é de que a musicobiografização é compreendida por delegar a si a operação de composição desses campos do conhecimento. Trata-se de mostrar como esta se inscreve nos polos de permanência entre educação musical e pesquisa (auto)biográfica para, assim, fazer a mediação entre elas, abrangendo o espectro de significações de um campo investigativo a outro em que se sobrepõe aquilo que difere e se associa inteiramente.
Apresento uma metanálise de pesquisas realizadas no âmbito da educação musical na perspectiva (auto)biográfica. O foco está centrado na tríade narrativa que mostra uma identidade narrativa construída em diálogo com a literatura produzida na área a partir de termos nocionais, como autobiografias musicais, autobiografização musical e musicobiografização. Instiga-me saber como alguns desses autores têm chegado a esses termos nocionais. O objetivo deste trabalho consiste em analisar o modo como uma identidade narrativa vai se configurando em um campo investigativo, a partir da literatura produzida por autores da área que têm se debruçado sobre as pesquisas (auto)biográficas em educação musical. O conceito de identidade narrativa vem dos estudos do filósofo Paul Ricoeur. A identidade narrativa de uma área de conhecimento é pensada na intriga, na composição de uma trama epistemológica, capaz de revelar a síntese desse heterogêneo que tenta explicar as diversas mediações enredadas por termos nocionais e que, nesse diálogo com a literatura, será possível avançar conceitualmente. Explico que esses termos nocionais, cunhados em pesquisas (auto)biográficas no campo da educação musical, constroem uma identidade narrativa de caráter durável, ao longo do tempo, mas com uma dinâmica própria à intriga que faz constituir a identidade de um movimento (auto)biográfico em educação musical.
O texto apresenta uma resenha do livro Especialização em Educação Musical: reflexões e pesquisas, organizado por Cássia Virgínia Coelho de Souza e publicado em 2018. A obra resenhada reúne oito textos de professores e estudantes do curso de pós-graduação lato sensu em Música. Cada capítulo foi escrito por autores que desenvolveram suas pesquisas no âmbito da pós-graduação em diferentes contextos em que há práticas educativo-musicais em um município localizado na região Sul do Brasil. A resenha não tem o intuito de tecer críticas ao conteúdo apresentado, mas de socializar e dialogar com a obra que se inscreve no campo da educação musical.
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